quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Mas não tem nada não, eu até lembrei das rosas que dão no inverno... mas guardei tuas cartas com letras de fôrma.




Hoje à tarde me submeti novamente ao prazer de assistir a um filme. Mais uma das sessões que quase semanalmente ocorrem na minha vida e juntam as pessoas que gosto. Dessa vez, o filme foi "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", com o Jim Carrey e a Kate Winslet, entre outros. Sempre quis assistí-lo, mas só agora encontrei um tempo nessas férias tão badaladas... Não vou descrevê-lo porque tenho plena consciência de que sou péssima para tal, mas aqui registro a minha impressão.

O filme me questionou muito, sabe? E aprecio demais esse diálogo entre o raciocínio de um cineasta e o meu. Eu acessei uma gama de memórias que, como defesa, preferi deixar isoladas. Memórias de minhas dores e das pessoas que amei. Pensei sobre a minha falta de paciência e sobre a vida que eu levo hoje, completamente diferente de 4 anos atrás.

Meu Deus, minhas lembranças!

A pessoa tão importante que perdi...

Lá se foi tudo com a contagem fria do relógio mas, como no filme, quando o Joe [personagem do Jim Carrey] consegue controlar seu pensamento [e só quem assistiu vai me entender]. eu jamais permitirei que minhas memórias se vão porque elas me fazem importante. E por mais que você limpe sua mente, sua alma jamais perderá suas coisas, suas impressões, seus machucados.

Não importa a dor causada, suas lembranças estarão sempre com você. E aonde estiver seu pensamento, é lá que você estará.

Hoje eu vejo que muita coisa que fiz foi um grande erro. E que talvez um pouco mais de paciência e tolerância poderiam contornar as coisas, mas quem eu seria se tudo fosse como antes? Infelizmente [ou felizmente], a carga dessas lembranças me seja impactante demais a ponto de me deixar muito pensativa, com choro travado, meio culpada e sem empolgação. Mas creio que eu vedo mesmo pensar sobre. Tirar alguma conclusão. A única coisa que sei é que minha superficialidade já estragou tudo uma vez e que não permitirei que isso aconteça novamente.

Me sinto feliz ao menos, por ter minhas memórias e ter algo a contar...

Até.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

I'm so, I'm so tired, I'm so tired of trying...


Eu estou cansada.


Cansada de bater na mesma tecla.
Cansada de pensar que vai dar certo.
Cansada de esperar.
Cansada de dormir.
Cansada de estar com as portas abertas.
Cansada de certas pessoas.
Cansada de certas atitudes.
Cansada de esperar mensagens ou ligações.
Cansada de não ter mais o que fazer.
Cansada de não escrever mais.
Cansada dos problemas.
Cansada de indecisão.
Cansada das dores.
Cansada do cansaço.
Cansada de me sentir inútil algumas vezes.
Cansada de gostar de alguém.
Cansada dos dias quando estão cinzas.
Cansada tentar e tentar e tentar.
Cansada de falar.
Cansada de adiar a indiferença.
Cansada de não poder fazer nada.
Cansada de alugar meus amigos.
Cansada da sua voz cansada.
Cansada da sua indecisão.
Cansada dos seus problemas.
Cansada de pensar.
Cansada.


Estou apenas cansada.


Então será que existe alguém que se atreve a me dizer do que é feito o samba? Quem sabe isso me alivie...


[E todo o cansaço algum dia passa...]



Eu sei que ela disse que está tudo bem
Mas você pode compensar da próxima vez
Eu sei que ela sabe que isso não é certo
Não tem porquê mentir
Talvez ela pense que eu sei de algo
Talvez talvez ela pense que está bom
Talvez ela saiba de algo que eu não
Estou tão, estou tão cansado, estou tão cansado de tentar

Isso me parece que talvez
Muitas vezes isso significa não
Então não me diga que pode apenas deixar pra lá
E muitas vezes nós somos preguiçosos
Isso parece continuar em meu caminho
Porque ninguém ou todo mundo
Gosta de ficar prá baixo

Eu sei que ela adora o nascer do sol
Não mais o vê com seus olhos sonolentos
E eu sei que quando ela disse que tentaria
Bem, talvez não funcione por causa das outras amarras e
Eu sei que ela usualmente tem outras amarras
E eu não queria quebrá-las, não, eu não queria quebrá-las
Talvez ela irá me ajudar a desfazer as amarras mas
Até lá, bem, eu vou ter que mentir também

Isso me parece que talvez
Muitas vezes isso significa não
Então não me diga que pode apenas deixar pra lá
E muitas vezes nós somos preguiçosos
Isso parece continuar em meu caminho
Porque ninguém ou todo mundo
Gosta de ficar prá baixo
Isso me parece que talvez
Isso muitas vezes significa não
Então não me diga que pode apenas deixar pra lá

Quanto mais forte você tentar garota, de mais alto você cairá
Mesmo com todo o dinheiro do mundo inteiro
Por favor não me troque
Por favor Por favor Por favor não me troque
Por favor Por favor Por favor não me troque por

Tudo que eu sei sobre mim agora garota você terá que mudar
Você terá que chamar isso por um novo nome
Por favor Por favor Por favor não me arraste
Por favor Por favor Por favor não me arraste
Por favor Por favor Por favor não me arraste prá baixo

Assim como uma árvore tombada pelo clima garota eu não moverei
Mesmo depois de todas as coisas tolas que você faz
Por favor Por favor Por favor não me arraste
Por favor Por favor Por favor não me arraste
Por favor Por favor Por favor não me arraste prá baixo


Flake - Jack Johnson

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

When you're too in love to let it go... if you'll never try, you'll never know...





Primeiro post de 2006... E ele vem trazendo meu mais novo poema. E que seja esse o caminho para esse ano: repleto de poesia.



Janelas - Ana Carolina Biavati


Eu vejo minha vida correndo esta manhã.
Entre essa tão cruel indiferença.
Mas, mesmo assim, ela brilha.
A vejo tremular entre os dias.
Sempre tão indecisa, tão libriana...
Às vezes gostaria que ela fosse mais leonina.
Mas não existe medo ou covardia.
Algumas mentiras de vez em quando...
Pra não perder o hábito.
Muitas cores... todas as cores.
E talvez algo novo: a saudade.
Essa é a tua marca nela.
Muitas portas... Estou em todas.
Alguns muros.
Ao menos o céu não os têm.
Ergo-me ao sol...
Uma janela. E é só aí que te vejo.
Vem comigo.
Vem comigo transformar janelas em dias.
Vem comigo ver os deuses nos visitando.
Vem comigo fazer poesias.
Vem comigo pr'eu ver que não estou sonhando.
Vem comigo.



E então, começando o ano com a mesma situação que terminou em 2005, deixo essa música. Depois dela, não preciso dizer mais nada. Mais uma vez. Aos meus amigos, sei que ela também irá servir. Minha primeira dedicatória desse ano. Até, amável leitor. E antes que eu me esqueça, obrigada por fazer minhas palavras existirem.



Mãos Atadas - Zélia Duncan e Roberto Frejat


Tenho as mãos atadas ao redor do meu pescoço
Eu queria mesmo era tocar seu corpo
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos, e depois?
Depois toco meu corpo, eu tenho frio
Sou um louco amargurado e até vazio
E me chamam atenção
Mas eu sou louco é de paixão, e você?
Você que me retire desse poço
Eu sei ainda sou moço pra viver
E te ver assim tão crua
A verdade é toda nua
E ninguém vê
Eu tenho as mãos atadas sem ação

E um coração maior que eu para doar
Reprimo meus momentos

Jogo fora os sentimentos sem querer.
Eu quero é me livrar
Voar
Sumir
Perder, não sei, não sei querer mais
A qualquer hora é sempre agora, chora
Quero cantar você
Vou fazer uma canção, liberte o meu pensar

Aperte os cintos pra pousar
Agora é hora de dizer
muito prazer, sorte ou azar e amar
Simplesmente amar você.