sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Jaded ou "Aprendi a esperar mas não tenho mais certeza, agora que estou bem, tão pouca coisa me interessa."


" Tenho andado silencioso, pensativo e há muitas coisas novas em minha alma. Gostaria de poder dar-lhes forma, mas minhas mãos não conseguem acompanhar minha imaginação."
Kahlil Gibran
Eu ando pelo mundo prestando atenção
em cores que eu não sei o nome,
Cores de Almodóvar,
Cores de Frida Kahlo, cores.

É. Continuo andando. Certamente que agora com algumas diferenças no percursso, mas sempre andando. Gosto daquela frase: "Caminhante, não há caminho, ele é feito ao andar." Ao mesmo tempo que concordo, sinto que há mais além disso. Quanto às cores, confesso, perdi algumas delas. [E ainda não assisti a "Volver"]

Passeio pelo escuro,
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
pra sinalizar o estar de cada coisa,
filtrar seus graus.

Eu sinto saudade da minha irmã. Da época em que ela me ouvia. Da época em que ela ria comigo, das minhas piadas. Saudade. Muita saudade.

Eu ando pelo mundo divertindo gente,
chorando ao telefone
e vendo doer a fome nos meninos que têm fome.

É. Eu gosto de ser palhaça. Gosto de ver os outros rindo. Não choro pelo telefone. Apesar de agora ele ser mais presente, ultimamente venho praticando sozinha. E sinto fome também. Não só de comida. De muitas outras coisas.

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado,
Remoto controle.

Eu gosto de janelas. Ainda mais quando estão abertas. Do quarto, da sala, do carro, do ônibus... Remoto controle mesmo.

Eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados,
de um lado eu gosto de opostos.
Exponho o meu modo, me mostro
eu canto pra quem?

Já dizia Vander Lee: "Pra quê carros e aviões se tens sonhos e pernas?" Agora, esses opostos é que andam me matando ultimamente. Exponho meu modo, meu medo, me mostro. E canto sozinha.


Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado,
Remoto controle

Quem é ela? Parafraseando U2: "I've seen you walked unafraid, I've seen you in the clothes you made, can you see the beauty inside of me? What happened to the beauty I had inside of me?" Quem sou eu agora? Sinceramente, pela primeira vez, eu perdi o controle das coisas e me perdi junto. É como se eu estivesse aprendendo tudo de novo. Muitas vezes me desconheço.

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado.

Perdi todos eles. Minha alegria e também o cansaço. Impressionante, de fato. É, o amor anda ao lado.


Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado,
Remoto controle.

Cadê o controle remoto do mundo!? Talvez assim fosse mais fácil...
Com a ajuda da Adriana Calcanhoto, taí. Esquadros. Numa versão da minha vida.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Yahweh, Yahweh, always pain before a child is born. Yahweh, tell me now: why the dark before the dawn?

"Still waiting for the dawn,
The sun is coming up
The sun is coming up on the ocean
This love is like a drop in the ocean
This love is like a drop in the ocean."
Yahweh - U2



"Um amor
Temos que compartilhá-lo
Ele te abandona, querida
Se você não cuidar dele."

"Um amor
Um sangue
Uma vida,
Faça o que você deve fazer.
Uma vida
Juntos
Irmãs, irmãos
Uma vida
Mas nós não somos iguais
Nós temos que nos ajudar uns aos outros
Nos ajudar uns aos outros
Um."

Trechos de "One", U2.

*No título, trecho de "Yahweh", U2.
Sem mais, é apenas isso. Não precisa entender dessa vez. É apenas a necessidade de vir aqui e ler isso. Desculpe...