sábado, 31 de dezembro de 2005

- Nós fazemos nossas escolhas -




Tudo está quieto no Dia de Ano Novo,
um mundo em branco está em andamento,
e eu quero estar com você,
estar com você noite e dia,
nada muda no Dia de Ano Novo,
no Dia de Ano Novo,
Eu estarei com você de novo,
Eu estarei com você de novo.
Sob um céu vermelho-sangue,
uma multidão se agrupou em preto e branco,
braços entrelaçados entre os poucos escolhidos,
os jornais dizem, ele diz, diz que é verdade,
diz que é verdade e nós podemos romper,
partido em dois podemos ser um só,
Eu começarei de novo,
Eu começarei de novo.
Oh! e talvez a hora está certa,
Oh! talvez essa noite,
Eu estarei com você de novo,
Eu estarei com você de novo.
E então nós fomos mencionados nessa era dourada,
e ouro é a razão para as guerras que nós combatemos,
ainda que eu queira estar com você,
estar com você noite e dia,
nada muda no Dia de Ano Novo.


New Year's Day - U2


Termino o ano com esse post, que se iniciou com a frase do ano... E é ela que continuo seguindo pelo próximo...

E aqui está U2 novamente... Por 2 motivos:

1) Pq eles precisam fazer o show aqui no Rio
2) Pq é exatamente isso... Nada muda no dia de Ano Novo... Apenas não sei mais se quero estar com você...


Feliz 2006. Ou como preferir, 2006 feliz. Acho que é só. Até breve... =]

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

You're on the road but you've got no destination...


"Deixe que o beijo dure/ Deixe que o tempo cure/ Deixe que a alma tenha a idade da idade do céu.../ Calma."


Ouvi essa música hoje no radio. Sei que a Zelia Duncan canta. Com outras pessoas. Mas [ainda] não faço idéia do nome... Só que simplesmente adorei essa frase. E esse é o meu desejo pra esse final de ano... Que as coisas que doem possam ser curadas com o tempo... e que as coisas grandes jamais percam sua imensidão...

Escolhi essa foto pois gosto muito de caminhos. E apesar de não saber onde eu piso, porque eu realmente nunca sei, simplesmente gosto deles e do que eles podem me proporcionar.

Esse ano de 2005 me proporcionou muitas andanças por longos caminhos. Muitas descobertas... Muitos cheiros novos... Amigos pra andar do lado... Amor pra fazer junto o caminho. E porque não dizer que corri também? Corri sim. Corri pra aprender. Pra ser mais e mais. E mesmo que isso possa ter me trazido certas dores, tudo passa, tudo sempre passará...

Colchete --> Ainda não estou de férias. [!!!!] A ultima prova do ano e do período é na sexta agora, dia 23 [e não é prova final... é prova normal mesmo. E a faculdade não entrou em greve.] E cheguei ao final bravamente! [rs] Porém, vou aproveitar as férias porque o período que vem será O período.

Eu ando pra completar os segundos que restam desse ano. Deixo algumas sementes no caminho, pois caso que decida resgatar algo que ficou pra trás, eu saiba voltar. ["Caminhante, não há caminho. O caminho é feito ao andar"] Ando devagar porque já tive pressa... [levo esse sorriso porque já chorei demais.] Aguardo o que me espera no próximo ciclo. E é sempre assim comigo. Mas há uma coisa diferente: não sei se desejo deixar algumas coisas pra trás... Talvez eu queira que elas prossigam... Que existam placas que me indiquem onde continua esse caminho... Quem sabe? =]

Peço luz e sabedoria apenas. Que elas me guiem no caminho que segue. Ah, e força também. Força pra não desistir... Força pra acreditar. Força. Simples assim.

Desejo luz, sabedoria, força e amor. [A vc, querido leitor] Não desejo amor pra mim. Já o tenho. [não que as outras coisas eu não tenha. Mas fiz uma descoberta esse ano que foi muito importante pra mim: descobri o amor. Aqui dentro. Onde eu jamais achei que pudesse estar.]

"[...] Aponta pra fé e rema... É pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais... e se já não sinto teus sinais, pode ser da vida acostumar... Será, moreno? Sobre estar só, eu sei, nos mares por onde andei devagar, dedicou-se, mais o acaso a se esconder e agora o amanhã, cadê? [...]" Los Hermanos - Dois Barcos

Colchete --> "Eu não sei parar de te olhar, eu não sei parar de te olhar... não vou parar de te olhar... eu não me canso."

Feliz Natal. Excepcional ano que vem por aí...

Até. Breve. Sem mais. Ou menos. Apenas. Apenas. [suspiro]

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Nada muito óbvio gera encanto...




O melhor show da minha vida!!!!



C-A-R-A-C-A. [pra não dizer outra coisa!]


[Ah! Sobrevivi!! E acho que já deu pra perceber =P ]


O que foi aquilo? Nossa. Sem dúvida alguma, o melhor show da minha vida. Onde eu mais pulei, mais ri, mais senti sede, mais tive excelente companhia [brigada Rafa, Ju, Chuchuzinho e Rodrigo!], mais quis que não acabasse nunca. Só quem estava lá entende o que estou dizendo: é simplesmente inexplicável e totalmente "sentível". Pearl Jam é foda. Ed Vedder é foda. Mike McCreedy é foda. Tudo é foda! Adorei! :)


No clima de Pearl Jam ainda, aqui vai um teste que eu fiz pra saber qual música do Pearl Jam eu sou. E deu "Smile", que eu nem conheço, mas adorei a letra e o título da música! E sou isso mesmo! Sou um sorriso!! :) Sensacional.


take the which pearl jam song are you? quiz, a product of the
Aqui vai a letra dela:

don't it make you smile?
don't it make you smile?
when the sun don't shine? (shine at all)
don't it make you smile?
don't it make you smile?
don't it make me smile?
when the sun don't shine, it don't shine at all
don't it make me smile?
i miss you already...
i miss you always
i miss you already...
i miss you all day
this is how i feel...
i miss you already...
i miss you always
three crooked hearts and swirls all around...
i miss you all day


E depois que li essa letra... decidi fazer esse post. Pq ela se encaixa perfeitamente no que sinto. No que não cabe mais cá dentro. No que me faz acordar e dar o 1º sorriso do dia. :)


E por isso, por acreditar, segue um texto do Caio Fernando Abreu que é minha única justificativa para todas as coisas que eu vejo acontecerem...

"As pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra... Há níveis-não-formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem e, sobretudo, emoções."

Desta forma, nada muito óbvio gera encanto... E acho perfeito isso... Esse jogo... Palavras que tentam mascarar tudo... Gestos... Músicas... Talvez não exista coisa melhor. Até mesmo o amor não proporciona muito isso. Pq o amor é algo declarado. Sim, sei que podemos amar alguém sem ter dito isso, sei disso, mas mesmo assim, eu ainda prefiro quando eu fingo que te esqueci e vc finge que não me ama. =]

E esse texto me permite continuar sorrindo... e brilhando... :)

Até, querido leitor. Obrigada por vir aqui. Sinta-se sempre à vontade e leve com minhas palavras... como estou me sentindo agora. ;)

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Eu lucro porque ganho a cor do trigo

Cá estou eu novamente. Demorei pra atualizar, eu sei... Estou em mês de provas... E finalmente está terminando o período! Mas ainda falta muito... =/

Queria estar aqui mais cedo, mas só consegui um tempinho agora... Porém, seria inevitável estar aqui... até porque tudo mudou. E preciso dizer.

Sexta fui ao show dos Los Hermanos com o Rafa e só nós sabemos o que foi aquele show... Antes de tudo, preciso dizer que eles são fodas. Caraca. É um fato isso. E principalmente por causa do show e por eu ter passado o fim de semana ouvindo Los Hermanos, vou postar hoje "O Vencedor", representando minha atual fase. Falemos isso depois.

Final de semana agora será o show do ano: Pearl Jam. E caso eu não retorne aqui, certamente será porque eu morri [!!!] e existem 2 motivos pra isso: 1- quando ele tocar Even Flow. Putz. Sou cardíaca. 2- realmente eu posso morrer mesmo, pois vc sabe bem como é um show de rock, mesmo que nunca tenha ido a um. Reza por mim, tá?

Duas provas ainda nessa semana. Aff... Preciso sair dessa vida.

Estou muito bem. E preciso dizer sobre isso. Antes de tudo, mais uma vez, Los Hermanos é tudo. As músicas deles me salvaram. =] Mas esse fds foi decisivo pra mim... E como trilha sonora, deixo aqui as músicas que me fizeram boa companhia: "Sentimental", "Último Romance", "O Vento", "Retrato Pra Iaiá" e "O Vencedor". Claro, eu ouvi os 4 CDs todos, mas essas me marcam muito... Por diversos motivos. "O Vento" e "O Vencedor" fazem parte da minha alma, em qualquer momento. Mas principalmente nos felizes. [Risos] "Sentimental" é uma prece à tristeza. Mas por incrível que pareça, me faz muito bem. É sensível demais. É delicada demais. E existe algo nessa música que mexe demais comigo. "Último Romance" é a música da última pessoa que amei. [E continuo amando... =/ ] "O Vento" tbm. Mas "O Vento" me move... seria uma música mais individualista. E, por essas músicas, exatamente no momento em que eu as ouvia, pude compreender e organizar um montão de coisas que estavam perdidas aqui dentro. Pra quem há 2 semanas acordava todo dia mal, sendo que isso é muito diferente da minha rotina já que faço questão de acordar em pleno estado de empolgação, eu posso dizer que estou maravilhosamente bem. Parei de me fazer perguntas [e creio que isso é a melhor coisa pra uma revitalização, pois perguntas demais geram dúvidas demais. E dúvidas demais quase enlouquecem], decidi retomar o curso normal das coisas, decidi amar mesmo, independente de ter ou não alguém, decidi apertar o foda-se e ser [sempre] feliz. Difícil!? Pode parecer. Mas a disposição e o empenho pra renovar as coisas aqui dentro sempre foram e sempre serão uma das minhas grandes características.

E quer saber da minha grande lição? Bem, como diz o título desse post, "eu lucro porque ganho a cor do trigo". Lembra do Pequeno Príncipe, né?Literatura básica pra qualquer alma viva desse mundo. Então. Lembra que a raposa fala pra ele que sempre se lembrará dele ao ver os campos de trigo? [se não leu, então agora vc já sabe que a raposa fala isso pra ele. Sim, nesse livro a raposa fala.] Ela diz tbm que mesmo que eles nunca mais se vejam, e isso pode ser realmente algo muito triste, o mais importante é que ela lucra porque ganhou a cor do trigo... E essa foi minha conclusão. Eu lucro porque eu tenho tudo isso aqui dentro... Mesmo que eu não tenha quem eu ame. Eu tenho o sentimento. Eu lucro porque eu ganho o vício em Coca-Cola.[Tudo bem. Isso pode ser bastante prejudicial pra mim. Mas não me importo.] Eu lucro porque eu ganho um amigo. Eu lucro porque eu ganho minha espiritualidade de volta. Eu lucro porque me sinto mais ser humano depois disso. Eu lucro porque vejo que posso sentir isso. Eu lucro. Eu ganho. Eu amo. E me sinto livre por isso. Talvez esse post não possa te dar a noção exata disso. Mas acredite em mim quando eu falo: Eu lucro porque ganho a cor do trigo.


Olha lá, quem vem do lado oposto vem sem gosto de viver
Olha lá, que os bravos são escravos sãos e salvos de sofrer
Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida
Olha lá, quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar

Eu que já não quero mais
ser um vencedor
levo a vida devagar
pra não faltar amor

Olha você
me diz que não
vive a esconder
o coração

Não faz isso amigo
já se sabe que você
só procura abrigo
mas não deixa ninguém ver
Por que será?

E eu que já não sou assim
muito de ganhar
junto as mãos ao meu redor
faço o melhorque sou capaz
só pra viver em paz

O Vencedor - Los Hermanos


Bem, é só por hoje. Até a próxima. Se eu sobreviver ao show do Pearl Jam. Namastê. =]

domingo, 20 de novembro de 2005

Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar

Corazón coraza - Mario Benedetti

Porque te tengo y no
porque te pienso
porque la noche está de ojos abiertos
porque la noche pasa y digo amor
porque has venido a recoger tu imagen
y eres mejor que todas tus imágenes
porque eres linda desde el pie hasta el alma
porque eres buena desde el alma a mí
porque te escondes dulce en el orgullo
pequeña y dulce
corazón coraza
porque eres mía
porque no eres mía
porque te miro y muero
y peor que muero
si no te miro amor
si no te miro
porque tú siempre existes dondequiera
pero existes mejor donde te quiero
porque tu boca es sangre
y tienes frío
tengo que amarte amor
tengo que amarte
aunque esta herida duela como dos
aunque te busque y no te encuentre
y aunque

la noche pase y yo te tenga
y no.



Mario Benedetti. Cada dia mais, fico mais apaixonada... E me pergunto, sempre: como pode alguém conseguir aglutinar tudo isso em palavras? Neruda conseguiu. Benedetti também. E por isso, sigo os passos deles... e mesmo que eu não possa ter nada do que é retratado por essas palavras, eu já me sinto imensamente feliz por poder ler e entender tudo isso. Mágica pura. Sentimento puro. Inteligência pura. Amor. Simples assim.

Escolhi esse poema porque ele é a atual conjuntura. Risos. Mais uma vez, meu sentimento na mão de um mestre. Ou será o sentimento de um mestre nas minhas mãos?! Ainda não sei... Na verdade, ultimamente não consigo mais definir nada... Certos dias são muito borrados pra mim. Estranho. Certos dias penso em desistir. Mas algo diferente de tudo que já senti antes consegue me segurar. Claro que já tive esse tipo de sentimento muitas vezes na vida. Mas não dessa maneira. Não dessa maneira tranquila. Não dessa maneira... E mesmo que as coisas agora estejam difíceis demais, conturbadas demais, o que sinto é tão forte e seguro de si que eu consigo ficar bem. Eu consigo rir de tudo. Consigo admirá-lo. E esperá-lo. [Como diz Djavan: "Eu quero mesmo é viver pra esperar e esperar devorar você"] Que algum dia isso dê certo... Que minha paciência possa me levar a algum lugar... Então, até a próxima, amigo. Que essas palavras tão iluminadas de Benedetti possam acrescentar algo a você como acrescentam a mim... Acho que é só.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Sometimes you can't make it on your own

Quanto tempo... Tempo. A palavra mais paradoxal pra mim nesses ultimos dias. Mas esse é um tema pra outro post. Venho aqui desentupir minhas artérias. Venho aqui chorar um pouco. Venho aqui sorrir um pouco. Venho aqui gritar. Muito. Antes de tudo por saber que o U2, que é minha banda preferida, fechou os shows aqui no Brasil... 21 e22 de fevereiro de 2006. Certamente um dos anos mais felizes da minha vida... Risos. Caraca. Imagina o Bono, o Adam, o The Edge e o Larry... cantando... Todas as músicas que explicam muito de mim... Bem, amigos enfermeiros, vcs já sabem o procedimento... pq uma coisa é certa: assim que eles entrarem naquele palco [provavelmente o Maracanã], ou eu caio... ou eu caio. Caraca. Vai ser o show da minha vida. Tudo bem, vem Pearl Jam por aí e quem sabe Los Hermanos também, mas U2... não há comparação. Essa é a melhor banda de todos os tempos. Vamos ao ponto.

Sendo U2 a melhor banda, aqui está uma das músicas... Eu te obrigo, amável leitor, a baixá-la... SOMETIMES YOU CAN'T MAKE IT ON YOUR OWN. Pode pegando agora. Nesse instante. Eu não consigo parar de ouvir. Acabei de dedicar, concretamente através de um CD, essa música àquele que tô apaixonada... Portanto, vc, sagaz leitor [!!!] precisa conhecer essa música agora. [Partiu conhecer a música!!] Se não quiser baixar, pq dá muito trabalho, vai na Radio Terra [radio.terra.com.br] e ouve. [E aí eu sei que vc vai se apaixonar... e vai baixar. Tenho certeza.] E é sobre ela que eu vou desenvolver meu raciocínio aqui... Segue a letra.


Tough, you think you’ve got the stuff

You’re telling me and anyone
You’re hard enough
You don’t have to put up a fight

You don’t have to always be right
Let me take some of the punches
For you tonight

Listen to me now
I need to let you know
You don’t have to go it alone

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own

We fight all the time
You and I… that’s alright
We’re the same soul I don’t need…
I don’t need to hear you say
That if we weren’t so alike
You’d like me a whole lot more

Listen to me now
I need to let you know
You don’t have to go it alone

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own

I know that we don’t talk
I’m sick of it all
Can - you - hear - me – when – I -
Sing, you’re the reason I sing
You’re the reason why the opera is in me…

Where are we now?
I’ve got to let you know
A house still doesn’t make a home
Don’t leave me here alone...

And it’s you when I look in the mirror
And it’s you that makes it hard to let go
Sometimes you can’t make it on your own

Sometimes you can’t make it
The best you can do is to fake it
Sometimes you can’t make it on your own


Dediquei essa música a ele. Pq ela diz TUDO. Fico espantada como coisas tão grandiosas podem ser explicadas por uma música. Coisas tão grandiosas como confiança, lealdade e amizade podem ser aglutinadas nessa música.
Eu precisava dizer tudo isso mesmo. Dizer que eu estou aqui, sabe? "Inteiro, intenso, eterno, pronto por momento..." Talvez as pessoas necessitem ouvir que não estão sozinhas... que existe alguém pra dividir o peso, compartilhar a estrada... Na chuva ou no sol. Na aula, nos filmes, no ônibus... Acho que andar sozinho é triste, cansativo e doloroso demais... às vezes, tropeçamos... caimos... E tem que haver alguém que nos ajude a levantar. Aqui estou eu. Me disponho. Confesso. Assumo. Faço o que for necessário. Aqui estou eu. Vendo sempre uma luz à minha frente... Uma luz que me diz que é possível... Aqui estou eu. Com essa luz. Pra te mostrar que pode ser possível... Me dá tua mão. Prometo nunca soltá-la... Me deixe "apanhar" por vc essa noite... Vc não precisa fazer isso sozinho... E sim, é vc quando eu me olho no espelho. É vc quando eu penso em desistir... Mas eu sei que não posso continuar andando sozinha. Algumas vezes eu não posso fazer tudo sozinha... E vc aparece quando me olho no espelho...


"Enquanto ias comigo te toquei e se deteve minha vida: diante de meus olhos estavas, regendo-me, e reinas. Como fogueira nos bosques o fogo é teu reino."
Soneto XXII - Neruda. Sempre.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

I Can't Take My Eyes Off You...

"Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei
Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince [Salif Keita], dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei...
Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei..."

À Primeira Vista - Chico Cesar


Simples assim... Hoje cantei essa música. Que fez um sentido completamente diferente pra mim, de todas as vezes que a cantei. Pq eu pensei frase a frase. Coisa banal, eu sei. Pq eu já deveria ter feito isso desde a 1ª vez que a ouvi. Mas só hoje eu fiz. E hoje ela significou muito pra mim. Engraçado como essas coisas simples nos encantam tanto... nos marcam tanto. Talvez pq tudo é comum demais. Pq nunca temos tempo de perceber os detalhes. Ana Carolina diz isso numa música que amo tanto: "Na pressa a gente não nota que a lua muda de formato... pessoas passam por mim pra pegar o metrô, confundo a vida ser um longa-metragem, o diretor segue seu destino de cortar as cenas e o velho vai ficando fraco, esvaziando os frascos e já não vai mais ao cinema... [tudo passa e eu ainda ando pensando em você]" É muito ruim isso. É muito ruim não ter tempo pra exercitar essa humanidade que vem conosco sei lá de onde... E não existe genética nenhuma que explique... e nada pode explicar. Pq isso é feito apenas pra sentir, apenas pra sermos melhores... Por exemplo: perceber a beleza displicente da noite... e sentir aquela brisa que passa sorrateira... sentir o amor que Neruda sentiu ao ler suas palavras [eternas]... Sentir o cheiro do cabelo dele no xampu que você usa. Detalhes... Eu acho que se talvez fossemos mais perceptivos, seriamos mais sensíveis. Seriamos mais meticulosos. Observariamos mais coisas imprescindíveis. Ouviriamos mais musicas. Fariamos mais poemas. Amariamos mais. Sem medo. Sem aflição. Pq a percepção já nos teria treinado para conquistar o outro em toda a sua magnitude. Pra que não fosse preciso passar suas noites chorando baixinho no seu travesseiro e pedindo a Deus para que tudo dê certo... por puro medo. Medo de olhar a realidade... Medo de seu coração bater sempre mais forte quando se pensa nisso. Esse turu turu turu aqui dentro...

Disse uma vez Shakespeare, se não me falha a memória, que o medo nos impede de sonhar. Concordo. Mas "como pode alguém sonhar o que é impossível saber?" como dizem Los Hermanos todos os dias, pelas rádios, com sua canção sobre o Vento. Como? Eu não queria sonhar... não sobre isso... talvez esse seja o único sonho doloroso... Mas eu sonho. Eu sonho. Pq o coração não sabe parar de pensar em você. E pensar em você é sonhar. Querendo eu ou não. ["Não sei parar de te olhar..." É isso aí - Ana Carolina e Seu Jorge. Ouça. Você vai adorar.]


Termino usando um trecho de uma música que está sempre presente: "Who knows where the road will lead us? Only a fool would say... but if you let me love you, is for shure I'm gonna love you all the way... all... the... way..." [All The Way - Frank Sinatra] Até. =]

domingo, 30 de outubro de 2005

Esse coração não consegue se conter ao ouvir tua voz... Pobre coração, sempre escravo da ternura...

"Tô louco pra fazer um rock pra você... Tô punk de gritar seu nome sem parar..." [Consumado - Arnaldo Antunes]



[Precisei voltar. Não tive escolha. Quando o peito insiste em bater, displicente, a única coisa que me sossega é esse lugar. Nem mesmo a voz dele, pois essa tem um efeito devastador... ]

"Objeto
Do meu mais desesperado desejo
Não seja aquilo
Por quem ardo e não vejo
Seja a estrela que me beija
Oriente que me reja
Azul amor beleza
Faça qualquer coisa
Mas pelo amor de Deus
Seja."

Paulo Leminsky


Nunca postei nada de Leminsky aqui... pelo menos não que eu me lembre... E esse poema agora muito me serve. Pq ele traduz meu desejo a Deus. Pq ele traduz a vontade louca que eu tenho de sair gritando para que SEJA!


Vamos às notícias, já que agora me encontro lúcida e orientada novamente...

1) Comprei meu ingresso pro show do Pearl Jam... e assim como está escrito nele, o planeta Terra vai tremer dia 04/12. E eu estarei no epicentro... E vou pular muito! =]

2) Jujuzita fez um blog pra ela! Finalmente! Então, aqui vai um marketing... http://cerebro-eletronico.blogspot.com Pode entrar lá. Tá sensacional. =]

3) Meu coração não sabe se pára ou se bate. Mas só sabe rir... De fato, "meu coração, não sei porquê, bate feliz quando te vê..."

4) Mais um final de semana feliz ao lado dos meus amigos... E dessa vez eles dormiram aqui! Caraca. Foda. Assistimos à Jogos Mortais... Tá certo que dei uns pulinhos de susto, como já era de se esperar... Mas o filme é bom mermo. [Tô ferrada... vou pagar multa na locadora pq ainda não devolvi!! ]

5) Tô com torcicolo. =/

6) Fiquei sem fazer nada nesse fds! Ai, ai... Quanto tempo isso não acontecia...

7) Sábado que vem têm 2 eventos pra ir... Sendo que não posso faltar em nenhum dos 2... alguém pode me dizer pq não podemos estar em 2 lugares ao mesmo tempo? Algo a se pensar...

8) Tô feliz demais. [sim, tudo muda o tempo todo no mundo... Pode ver a diferença do post de ontem pro post de hoje.]


Vamos ao texto agora.

Bem, preciso explicar o motivo pelo qual voltei aqui tão cedo... E isso se deve à felicidade... E isso se deve à paciência... E agora vejo que mesmo ainda não entendendo tudo [talvez até pq isso seja impossível], eu sinto tudo. E isso é INEVITÁVEL. Essa palavra já se fez presente na minha vida há alguns anos atrás... uns 4, mais especificamente... através de uma música da Shakira, homônima [pode ouvir, eu recomendo: Inevitable - Shakira], que diz que "seguir amandote es inevitable..." Aham. É mermo. Cansei de dizer que não. Cansei de desacreditar. Cansei de achar que pode dar mais errado que certo. E mesmo que dê. [afinal, quem conhece as pessoas?! Nem elas mesmas...] Mas eu acho que vai dar certo sim. E venho aqui dizer que as coisas retornaram ao seu normal... De uma forma linda... Pelo menos pra mim. Certamente que minha subjetividade é maior que qualquer vontade de gritar aqui... Então, entenda como quiser, amigo leitor. Só sei que eu tô hiper mega super power flex feliz. E sempre soube que esse lance de acreditar nos leva a algum lugar... Apenas me deseje boa sorte. E que realmente ela esteja ao meu lado. Mas eu sinto. ["I can feel your love teaching me..." como diz meu querido Bono Vox...] E sentir é muito mais que tudo. =]


Vai aí mais um Leminsky...

"Nada tão comum
Que não possa chamá-lo
Meu.
Nada tão meu
Que não possa dizê-lo
Nosso.
Nada tão mole
Que não possa dizê-lo
Osso.
Nada tão duro
Que não possa dizer
Posso."

Porque eu posso. Porque eu posso sentir isso. Porque seguir te amando é inevitável... "Canta coração, que essa alma necessita de ilusão. Sonha, coração, não te enchas de amargura." Boa semana, queridos! Excelente semana!!!! E rezem por mim...

sábado, 29 de outubro de 2005

Tenho um coração dividido entre a esperança e a razão. Tenho um coração... bem melhor que não tivera...

Eu sinceramente não sei por onde começar... Só sei que preciso muito escrever agora. Perdoe-me, desde já, se as coisas à frente não terão nexo... Mas é exatamente assim que me sinto.

"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim, eu sei, não é assim, mas deixa... Eu só aceito a condição de ter você só pra mim, eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir..."

É essa a música que está tocando enquanto estou aqui sentada, tentando vomitar tudo por essas palavras. Eu não achava que pudesse ser uma dura batalha entre sentimentos... Não achava que isso fosse demandar tanta força e tanta compreensão. E eu já não consigo saber de mais nada. Se existe alguém mais confuso na face deste planeta, eu gostaria de saber quem é, e principalmente se esse alguém está conseguindo vencer a situação em que se encontra. Gostaria de saber mesmo, pra eu poder apertar sua mão e dizer: "Você é sensacional." Porque eu não sei mesmo que rumo tomar no meio disso tudo. EU ESTOU COMPLETAMENTE PERDIDA. Não existe um caminho claro o suficiente para que minha miopia possa servir pra algo e me ajudar. Eu queria mesmo encher esse post de alegria, que por sinal está sempre comigo, mas eu não consigo agora. Porque parece que toda a dúvida do mundo paira na minha cabeça nesse instante. Eu não sei lidar com isso mesmo. E assumo. Eu queria intupir isso aqui de poemas do Neruda e do Benedetti... os grandes poemas, repletos de paixão e amor... Como eu gostaria. Mas eu não posso. Porque não seria a realidade. Tentei então encontrar algumas palavras [não minhas, mas minhas... entende isso!? Ou é confuso pra vc? Sim, é assim que estou me sentindo...] que ao menos calassem dentro de mim tudo o que insiste em querer sair... Portanto, aqui vai meu mestre, sempre presente em todas as horas... E vai também Renato Russo, numa música em italiano, que aconselharia que tu ouvisses. Espero que aprecie. E que possa entender um pouco do que está acontecendo aqui dentro...

Poema de Amor Nº 7 - Pablo Neruda

Debruçado na tarde lanço a mais triste rede aos teus olhos oceânicos.
Nela se estende e arde na mais alta fogueira
Minha solidão que gira os braços como um náufrago.
Faço rubros sinais a teus olhos ausentes
Que ondulam, como à beira de um farol, o oceano.
Guardas apenas trevas, fêmea longínqua e minha.
De teu olhar emerge às vezes o litoral do espanto.
Debruçado na tarde lanço a mais triste rede
A esse mar que sacode os teus olhos oceânicos.
Os pássaros noturnos bicam as primeiras estrelas
Que cintilam como minha alma quando te amo.
A noite galopa em sua égua sombria
Esparramando azuis espigas pelo campo.



Carta [Lettera] - Renato Russo

Queria dizer-te aquilo que não conseguia dizer nunca
Tenho mantido fechado em mim a muito tempo já
Mas tem um amor que não sei mais esconder porque agora
Ele precisa também de você.
Queria dizer-te que é sempre você a minha alegria
Que quando falas junto a ela
Nasce um louco ciúme
Por tudo aquilo que me dás
Também quando não sabes
Isto eu queria dizer a você.
Quando você não está
Eu me perco sempre um pouco
E depois compreendo que não sei
Mais me divertir sem você
Ao contrário quando estás comigo
A cor cinza ao nosso redor
Se pinta de vida que dás
Como é difícil dizer tudo isso a você
Que de amor nunca falas
Nunca falas comigo...
Talvez porque tens medo como eu
De uma respota que ainda você
não sabes qual é...
Queria dizer-te o que não consigo dizer nunca
Tenho mantido fechado dentro de mim
Mas tem um amor que não sabes
Mais se esconder porque agora
Ele precisa também de você...


Bem, acho que é isso, querido leitor... Eu sinceramente não tenho mais nenhuma palavra... Até....

domingo, 23 de outubro de 2005

Te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

"... Te amo sem saber como, nem quando, nem onde. Te amo diretamente sem problemas nem orgulho. Assim te amo porque não sei amar de outra maneira, senão assim deste modo que não sou nem és."
Don Pablo Neruda


"As coisas mais profundas jamais mudaram; a identificação que tive, o reconhecimento, a paixão do 1º encontro - tudo isso continua igual, e assim continuará para sempre. Eu a amarei por toda a eternidade, com já a amava muito antes de vê-la pela 1ª vez, e chamo isto de Destino."
Kahlil Gibran



E assim começo hoje esse texto. Antes, pra dizer que aqui está meu sentimento. Que assim como tentou não aparecer, tentou desaparecer. Mas eu digo pra vc que ele é extremamente grande. O suficiente para continuar. E acreditar. Esses 2 trechos, de poetas que amo tanto, justificam e explicam o que [ainda] sinto. E posso dizer que é recíproco.


Agora, esse texto vai falar tbm do dia histórico e memorável de ontem. Não são necessários detalhes aqui, até pq os detalhes estão guardados no coração, mas necessito dizer que ontem foi um dos melhores dias da minha vida: meus grandes amigos passaram o dia comigo na minha casa. Pode parecer idiota, mas não é. Pq vc há de concordar comigo que passar o dia ao lado daqueles que amamos é sempre perfeito. E foi exatamente isso que senti. Sabe aquela sensação de felicidade que te invade, que não te permite dormir direito de ansiedade, que te move a fazer tudo!? Então. E te digo, com um puta sorriso nos lábios, que ontem foi um dos melhores dias da minha vida sim. Então, aqui agradeço aos meus amigos. Pela companhia de todos os dias, pelas piadas internas, pela compreensão e pela força, pelas músicas, pela cumplicidade, pelas fotos e gargalhadas, pelas provas em que posso olhar pro lado e eles estão lá, pelas mensagens no celular e por já fazerem parte da minha vida de forma tão intensa. Obrigada, meus amigos. Talvez sem pessoas como vcs, jamais poderiamos dar um passo à frente.


Confesso que escrevi pouca coisa hoje, de fato. Até pensei num poema. Mas o turbilhão de emoções é tão forte que minhas palavras se perderiam. E tenho absoluta certeza disso. Mas eu preciso dizer que eu estou completamente feliz. E que cada coisa que eu vejo tem um milagre dentro. Um milagre que eu deixei de acreditar há algum tempo. E que agora me parece tão simples e óbvio. Não que eu esteja tripudiando disso, muito pelo contrário, prefiro as coisas simples. Mas, em contra-partida, prefiro as coisas subliminares, as coisas indeclaradas, as coisas secretas... E aqui sigo eu, em todos os dias, declarando minhas coisas indeclaradas, escancarando o muito que trago aqui dentro. Mas essa é uma das coisas principais: nos delcarar... Então, com todo o ânimo que tenho e todo o fôlego e o ar que enchem meus pulmões, grito ao mundo: "Esse coração não consegue se conter ao ouvir tua voz. Pobre coração, sempre escravo da ternura..." Esse coração encontra-se habitado. Esse coração encontra-se apaixonado. E assume isso.

É isso, querido leitor. Esse coração encontra-se dessa maneira. E está extremamente feliz por saber disso. Até a próxima! =]

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

All that you can't leave behind... All this you can leave behind.

Se ao menos eu fosse metade do meu sonho, seria eu feita de nuvens. Ou de chuva? Quem sabe, de raio e de sol... ou de arco-íris... Da cor da tua íris. Laranja! Na verdade, eu seria terra... Com cheiro de molhado... E nessa refrescância, eu renovaria meu ser de tudo que sou: parte eterna de um sonho. Metade de mim.

Mas se eu fosse mesmo escolher o que seria, escolheria "quem" eu seria. Seria Neruda, mestre. Sempre. Ou seria Benedetti? Sei só que de palavras eu me faria. Sou um pouco Anna Nery, um pouco Frank Sinatra... Um pouco Bono Vox. Queria mesmo ser minha mãe, minha vó e minha irmã. Pois assim, eu saberia bem o que é ser humano.

Talvez eu fosse música. E aí, seria todas. Todas. E me reinventaria a cada clave de sol... Cada acorde seria a batida do meu coração. Seria letra, rima e melodia. E chegaria na alma de quem eu quero... Dessa forma mesmo: imensurável. Simples assim.

Um cheiro, quem sabe, eu seria. Ah... De menta. De perfume. Da pele dele. De maresia... E levaria comigo teu sorriso por me sentir. Assim, bem de leve. E seria eu inesquecível. Ah, eu seria.

Um sentimento! É isso. Seria sim. Seria um "sim"... Seria amizade! Seria encantamento... Seria tudo que me permitisse ser tudo. Seria proteção... Cuidado... Até mesmo amor. E também um pouquinho de preguiça... E de cansaço.

Mas a verdade é que sou tudo e todos. Em todos os lugares. Sou quem sou, de fato. É infinita a minha finitude.

De Ser - Ana Carolina Biavati


E esta noite, um surto criativo me pegou de jeito e me permitiu fazer isso. De fato, finalmente mudei a temática das últimas semanas por aqui... pq muito me cansava já. Algumas coisas, por melhores que sejam, realmente cansam. Trago pela primeira vez aqui, minhas palavras. Essas palavras... Espero que aprecie, amigo leitor. Seria muito importante pra mim. E gostei tanto desse texto [e isso é um milagre!!!], que o coloquei no meu profile do orkut. Que precisava de uma descrição muito pessoal. E aqui está ela. Fico feliz com isso.

Acho que dessa vez é só. Não sinto vontade de dizer mais alguma coisa. Ah, sim! Uma tosse fdp me assola... E me sinto bastante cansada por isso [tbm]. Mas eu hei de ficar curada. E voltarei a dormir em paz... Se possível, essa noite.

Abraços, querido leitor, e uma grande semana! No sentido de sensacional. Até. =]

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Depois de ter vivido o óbvio utópico.

- Não, disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"? - É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"... (...) Eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... (...) Minha vida é monótona. (...) Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... (...) - Os homens esqueceram essa verdade - disse ainda a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

(Saint Exupéry, "O Pequeno Príncipe")


Tá bem. Eu assumo. Copiei sim de um profile de um menino muito sensacional do orkut. Copiei pq muito me cabe e convém. E ponto final.

Ó, eu não tô marrenta não, ok? =]

E realmente vc é responsável por aquilo que cativas. Talvez por isso, muitas pessoas têm medo de cativar alguém! Pq depois, certamente, quando ela já estiver lá dentro de vc e vc, dela, aí, meu amigo, não tem mais volta! Aí, o coração acelera mesmo, aí, vc quer ouvir a voz, quer estar perto, e "sei que lá, sei que lá..." Não apenas nos relacionamentos amorosos não. Com todos os outros mortais tbm! [pretensiosa...] Depois que aquela pessoa que vc acabou de conhecer há 2 meses já faz parte do seu dia e das suas piadas internas, aí, meu filho, criou-se todo aquele laço de amor. Que eu desconheço o momento em que se rompe... Talvez nunca. E que assim seja!

Muitas pessoas falam pra ter cuidado. "Vai com calma, Carolina! Pq vc não pode dizer o quanto vc gosta! A outra pessoa vai te fazer de gato e sapato e "sei que lá, sei que lá...." Mas eu não tenho medo. Apesar de saber que muitas coisas que penso são tendências suicídas! Sei disso. Sei bem disso. E talvez, seja essa a única coisa que [ainda] me segura. Hoje tive uma idéia. Mas sabe quando vc sente a necessidade de uma opinião? Pois então. Lá fui eu encher o saco do Giovani. E ele clareou minhas idéias. Eu confesso que já fui muito mais impulsiva na minha vida, e que isso muitas vezes me causou prejuízos, mas a sensação de vc se atirar de vez a alguma coisa é coisa de Mastercard: não tem preço. Me falta essa energia de ativação. Sei e sinto isso. Mas considero que essa minha fase de controle muito me vale... Meu sentimento ainda existe. Não sei mais por quanto tempo. E essa idéia começa a rondar a minha cabeça: a idéia da desistência. Do "por quanto tempo eu vou aguentar isso?" Mas mesmo assim, há uma coisa que não me deixou desistir ainda: eu fui cativada. E com certeza, isso já é tudo... Não é mais uma pessoa no mundo. É exatamente: "And you can tell everybody this is your song, and maybe quite simple but now that is done, I hope you don't mind, I hope you don't mind that I've put down in words... HOW WONDERFUL LIFE IS NOW YOU'RE IN THE WORLD..."

Chega. Já começou a ficar muito meloso de novo. Quero paz! E viva o auto-controle!

Até, caríssimo! =]

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Deixa assim como está sereno...

Eu não sei por onde começar exatamente. Ao mesmo tempo que sei, as palavras não têm uma ordem de coerência. Enfim, mais uma vez estou aqui no meu espaço terapêutico. Bom, minha vida é algo sem definição agora. Porque eu não tenho tempo pra nada. E não sei nem como estou aqui tendo um milhão de coisas pra fazer. E por gostar de alguém da maneira que estou gostando. Nunca eu senti nada desse jeito. Nunca. E quantos relacionamentos, mesmo que não oficiais, eu tive... Quantos! Quantos eu sempre quis me envolver, saber da pessoa e coisa e tal... mas esse... meu Deus, eu chego a me assustar. Como é maravilhoso gostar de alguém dessa maneira. É estranho, de fato. Muito estranho. O coração acelera, e logicamente isso não é a primeira vez que acontece, mas acelera de uma forma diferente. Não sei nem se você pode acreditar nisso, mas eu lhe garanto que a sensação dessa vez é diferente de todas as outras. Assim como a calma que anda junto comigo. Mesmo apesar de todo o desespero decorrente da faculdade e de outras coisas, eu estou tranquila demais. Tudo é tranquilo. Eu consigo entender todo esse mecanismo. Bom, preciso dizer também que não estou com essa pessoa. Infelizmente. Porque o tempo não permite. Mas eu sei que esse mesmo tempo vai transformar todas as coisas em presença e amor. Eu sinto isso. Não me pergunte como. Porque eu não faço a menor idéia. Eu apenas sinto. E isso é como um bálsamo. Um bálsamo que me faz parar nesse momento da minha vida que eu não paro um só minuto. E, pra finalizar, vou tirar um fragmento do livro que estou lendo pela segunda vez, "Na Margem Do Rio Piedra Eu Sentei E Chorei", do Paulo Coelho. Ele fala de amor. Porque eu desaprendi. Porque eu acho que essa é a hora. Porque eu sinto.

"No amor, não existem regras. Podemos tentar seguir manuais, controlar o coração, ter uma estratégia de comportamente, mas tudo isso é bobagem. O coração decide, e o que ele decidir é o que vale. Todos nós já experimentamos isso na vida. Todos nós, em algum momento, já dissemos entre lágrimas: "estou sofrendo por um amor que não vale a pena." Sofremos pq achamos que damos mais do que recebemos. Sofremos pq nosso amor não é reconhecido. Sofremos pq não conseguimos impor nossa regras. Sofremos à toa: pq no amor está a semente de nosso crescimento. Quanto mais amamos, mais próximos estamos da experiência espiritual. Quem ama, vence o mundo, não tem medo de perder nada. O verdadeiro amor é um ato de entrega total."

E aqui estou eu. Mais uma vez. E quantas forem necessárias. E aqui estou eu. Entrego o que tenho aqui. De verdade. Porque nunca eu quis fazer isso dessa forma. E hoje eu vejo que essa entrega seria inevitável. Mesmo que ainda demore um tempo. Eu posso esperar. "Avisa que é de se entregar o viver..."

sábado, 24 de setembro de 2005

Y si beso la osadía y el misterio de tus labios, no habrá dudas ni resabios... te querré más todavía.


"Abre a janela agora, deixa que o sol te veja, é só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu, abre as cortinas pra mim que eu não me escondo de ninguém, o amor já desvendou nosso lugar e agora está de bem. Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga, já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar. Diz quem é maior que o amor, me abraça forte agora que é chegada a nossa hora, vem, vamos além, vão dizer que a vida é passageira sem notar que a nossa estrela vai cair."

Conversa de Botas Batidas - Los Hermanos.


"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim. Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir... e rir."

Sentimental - Los Hermanos.


"O vento vai dizer lento o que virá..."

O Vento - Los Hermanos.


"Deixa o amanhã e a gente sorri que o coração já quer descançar... Clareia minha vida, amor, no olhar."

Pois É - Los Hermanos.




E ao senhor de iludir, manda avisar que essa daqui tem muito mais amor pra dar. Essa frase também é de uma música dos Los Hermanos [ É De Lágrima ] e juro que tentei colocar junto com as outras. Mas, ainda estou aprendendo a postar aqui no blogspot. Desculpe pelo erro técnico.

[OUVINDO: SENTIMENTAL, LOS HERMANOS]

Hoje foi o casamento da Patty e do Kadu, o qual eu fui madrinha. É aquilo, né: as sentimentalidades subiram à minha cabeça. [risos] E a necessidade de estar aqui foi maior do que eu. Então, lá vamos nós, em mais um capítulo dessa novela chamada vida. [Nossa... filosófico.] Ainda estou meio sem rumo. Mas preferi adotar a política de não-entendimento. Mesmo. E acho até que essa é a melhor coisa a se fazer. Apesar de ser uma das mais difíceis, entre tantas coisas difíceis que estão acontecendo. Juro que pensei em desistir. Mesmo. Deixar isso pra lá, voltar ao meu velho pensamento de que isso não existe. Falei que não teria força pra suportar a situação. Conversando com meus amigos [sempre eles!!], percebi que eu devo lutar. Com todas as forças que eu tenho. [Além do mais, eu sou brasileira. E brasileiros não desistem nunca, não é?] Porque eu sei que vale a pena. Porque eu sei que é a pessoa mais especial... Porque é a jóia-rara. [Tudo bem, a gente sempre acha isso - vc deve estar pensando - mas apesar de tudo que eu já passei e das pessoas que já passaram, sabe quando vc sente isso lá no fundo? QUANDO TODAS AS COISAS SÃO CLARAS? Quando vc vê que a força que vai te empurrar se chama amor? Bom, acho que quando se sente isso, não há mais o que discutir.] No meio do casamento, o padre usou essa expressão: jóia-rara. E me serviu. E me batei aquela vontade enorme de falar tudo. De dizer o que sinto. Mas não vou fazê-lo. Puro medo, eu sei. E muita cautela. Acho que ainda não é a hora. Mas ela vai chegar. E eu saberei. Disso eu tenho certeza. Então, como a frase aí no início do texto, essa daqui tem muito mais amor pra dar. E é daí que sairá minha força. Eu vou conseguir. E estou aqui pra dizer isso, pra dizer que eu achei minha luz. Pra dizer que mesmo algumas vezes ficando triste com isso, mesmo assim, eu tenho uma lembrança que torna as coisas sempre lindas. [já falei isso...] Mesmo essa lembrança sendo muito difícil. Não importa. Eu vou conseguir. Eu tenho paciência. Eu tenho AMOR. E isso já me garante tudo.

Quanto às frases, as coloquei aqui porque elas estão me acompanhando nessa fase... Engraçado, queria mesmo uma trilha sonora diferente dessa vez... [pq todo relacionamento tem sua trilha sonora... e já estava ficando repetitivo!!]. E aqui estou eu, buscando explicações nas letras desses caras. E conseguindo achá-las. [Risos.]

Até a próxima, querido leitor, e torce por mim... Eu irei precisar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

O Fundo do Coração

Pois é. Tantas coisas pra colocar pra fora. Só aqui mesmo isso é possível. Segue.

Pra começar, hoje me peguei estudando letras dos Los Hermanos. [Como assim!?] É isso mesmo. E eis que me deparo com uma frase simplesmente sensacional: "Via em tudo céu. Fiz de tudo cais." Caraca. E é isso mesmo!!! Tudo é céu! Tudo é azul clarinho... Tão doce, tão calmo, tão sereno. Tudo é cais. Todos os lugares em que estou me trazem segurança [mesmo estando no RJ!!], por mais incerta que possa ser uma situação dessas. Engraçado até. Paradoxal de fato. Mas é isso mesmo. E aqui estou eu, mais uma vez, divagando, falando, escrevendo e pensando sobre isso... Como se fosse um assunto fácil de falar, como se os pensamentos não fugissem da minha mente... E mesmo assim, tudo é tão bonito. Pode falar. EU ESTOU BABACA. Tudo bem, eu admito. Mas não há nada tão maravilhoso quanto. =]

Quanto à real situação, as coisas progrediram. E é ótimo poder falar e saber disso. E a entrega se torna cada vez mais próxima. Confesso que ainda acho que determinadas coisas precisam acontecer, porque sempre desejamos saber o máximo possível, mas tudo está tão claro... Pelo menos pra mim. Tudo é muito claro. [Vamos à música!]. "E o que mais acontecer, nem mistério, nem destino, é somente amor, ser feliz é estar contigo. Eu não aprendi nos livros nem nos filmes de paixão, o que eu faço por você. Ser feliz é estar contigo mesmo que essa sensação não se deixe perceber." [O Que Eu Não Disse - Paralamas] Humpf. O único problema é que isso é sutil, silencioso. Está ali, presente a todo momento, mas calado. Torturante. Citando Djavan, "O que há dentro do meu coração, eu tenho guardado pra te dar... Um amor puro que ainda nem sabe a força que tem é teu e de mais ninguém. [Te adoro em tudo, tudo, tudo, quero mais que tudo, tudo, tudo te amar sem limites, viver uma grande história... Aqui ou noutro lugar que pode ser feio ou bonito, se nós estivermos juntos, haverá um céu azul...]" Vim pensando nessa música hoje de manhã, indo pra faculdade. Um puta engarrafamento na Linha Amarela [pra variar...]. E lá estava eu, babaca, idiota, retardada [ou se preferir, apaixonada], olhando o asfalto molhado de chuva e achando tudo muito lindo. Ai. E aqui continuo eu, da mesma maneira, esperando o telefone tocar [sim, ele vai tocar.], morrendo de sono, tendo 2 monografias pra fazer, tendo que estudar pra muitas provas, tendo que dormir [!!!], tendo que ligar pra minha amiga pq é niver dela hj [beijo, Dani!!!], tendo que sei lá mais o quê, e aqui ainda continuo, fazendo a única coisa que me deixa tão feliz: ai...

Citando Neruda tbm, pois necessariamente ele é sempre citado na minha vida, "how did your lips feel on mine?". Esse é um dos meus problemas. Lábios. Como podem mesmo fazer o estrago que fazem? Puta que pariu. Eu tô apaixonada. É isso. Preciso me convencer efetivamente. [Tá, pode pensar: 'ela ainda não se convenceu?'. Na verdade, eu demoro a admitir. Sempre procuro uma maneira que não seja essa.] Eu tô apaixonada, aqueles lábios me tentam sim, me causam tremores, me deixam com saudade, me tiram da normalidade. Aqueles lábios. Aqueles olhos. Aquele tudo.

Sigo. Odiei esse texto, mas, pode ter absoluta certeza de que se tratou de uma terapia escrevê-lo. Achei que ficou desconexo, louco, nada a ver com nada. Mas, aí está a cópia real dos meus atuais pensamentos. É assim que me sinto. Sem ordem. Sem rota. Sem direção. Porque tudo é lindo demais pra eu querer ser tão certinha dessa vez. Dane-se a ordem. Eu quero mesmo é que tudo seja assim. Porque é amor. E ele invade. E fim. Partiu. =]

sábado, 17 de setembro de 2005

Saber amar é saber deixar alguém te amar

Bom, como pode perceber, fiel leitor, aqui estou eu novamente. E em menos de 1 semana dessa vez, tamanha é a necessidade de escrever. Parece que é a única coisa que alivia... E de fato, é. Antes do meu pensamento sobre o dia de hoje, vai uma letra dos Paralamas, entre tantas que eu adoro... O título é deles também e justificado pelo fato da entrega total... irrestrita, recomendada e inevitável... Como dizem os Los Hermanos [eles por aqui tbm... não me basta apenas o fotolog...]: "Avisa que é de se entregar o viver." De fato. Não sei estar com alguém sem se entregar. Sem se mostrar. Como diz um provérbio budista que admiro muito: "Nos revelar é o melhor que podemos dar ao outro." Com absoluta certeza. Então, contra a bobeira de ficar se preservando por medo do desconhecido ou da dor, aqui protesto eu pela liberdade de apaixonar-se. Pela liberdade do "sentir". Porque não há melhor sensação do que essa, não há melhor dia quando se está apaixonado, não há melhor pessoa quanto vc nessa situação. E viva a entrega. [E vamos à música!]

Hum! Até num dia calmo como hoje

Pode haver surpresa

Eu ouço os pingos na janela

Quem me dera não ter nada pra fazer

As plantas tão verdes

Nesse dia tão cinza

Passa um carro amarelo

Colorindo as poças

E me deixa tão só

Tá tudo tão calmo

Continua chovendo

Enquanto eu respiro

Eu vejo o mundo sumindo

Por trás da janela embaçada

Aonde batem os pingos.

Impressão - Paralamas

Aqui está a letra. Do que eu senti hoje. Foi exatamente isso. Dia chuvoso... Saudade. Saudade da tua boca. Saudade louca e desenfreada. De tudo. Se eu fosse enumerar as coisas aqui, me sentiria mais triste. Porque estar longe me faz menor. Me faz pior. E hoje, não sei porque, passei o dia chorando. Não sei mesmo o porquê. Eu não amo ninguém, não tenho ninguém... Não há motivo! Mas passei o dia chorando. Quando eu parava, as lágrimas chegavam. Ontem, assisti [pela 749ª vez] ao filme "Simplesmente Amor". Com meus amigos. Foi maravilhoso, sabe? Mas há uma cena no filme, [pra quem viu, aquela da "Here With Me" da Dido] que me move e me toca demais. E ontem ela me deu muita força. Hoje, pela manhã, ouvi a música. E me veio, crescente, aquela angústia no peito. E por mais que isso possa parecer ruim, não é. Porque essa angústia que tanto aperta o coração é a força-motriz do sentimento. É o que nos move para o próximo passo. É o que nos faz sentir vivos. E hoje, mesmo chorando o dia todo, eu me senti assim. Porque eu tenho alguém para pensar. Alguém que ocupe o espaço das minhas horas [Mesmo elas sendo cheias de coisas pra resolver...], alguém que me mostre que tudo isso vale a pena. E como diz Djavan: "Quem não tem pra quem se dar, o dia é igual à noite." Que sempre, tudo seja dia.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Sei tu che cerco nella gente... Due occhi che ti guardano e poi via.

Eu sei, Ju... eu sei que o título do post passado é sensacional... por isso que ele está aqui!!! Risos. Pretensão. Pretensão minha. Peculiar. Portanto, já vou traduzindo [explicando não] o título desse... "É você que procuro nessa gente... Dois olhos que te vêem e se vão." É da música "Due" do Renato Russo, do CD Equilibrio Distante. Tenho loucura por esse CD. Primeiro, pq é em italiano. E segundo, pq é todo lindo mesmo. Risos. E já que a Ju adorou, aqui vai o poema na íntegra. E muito me serve...

TÁTICA E ESTRATÉGIA

Minha tática é olhar-te,
Aprender como és,
Querer-te como és.
Minha tática é falar-te
E escutar-te,
Construir com palavras
Uma ponte indestrutível.
Minha tática é ficar em sua recordação,
Não sei como nem sei com que pretexto,
Mas ficar em ti.
Minha tática é ser franco
E saber que és franca
E que não nos vendamos simulacros
Para que entre os dois não haja telão nem abismos.
Minha estratégia é mais profunda e mais simples.
Minha estratégia é que um dia qualquer,
Não sei como nem sei com que pretexto
Por fim me necessites."

( Mário Benedetti – Tradução: José Geraldo de Barros Martins )


Pronto, Ju. Resolvido? Risos. Adoro esse poema também. Ele me traz coisas boas. E é exatamente isso. [Na verdade, havia pensado em falar sobre outro assunto, mas olhando o poema... fica pra próxima o outro assunto...] Comecei a semana usando uma outra estratégia de combate: montar a trincheira e esperar o avanço do exército "inimigo". Parando de doentice e falando direito, o que eu quero dizer é que estou na minha. Curtindo bastante. [Ainda me pergunto pq dizer isso abertamente...] Utilizar as coisas que vão surgindo no caminho pra fazer a situação evoluir. E está sendo bom. Uma vez eu aprendi que se nós corremos, perdemos as coisas bonitas do caminho. Então, "ando devagar pq já tive pressa, levo esse sorriso pq já chorei demais". Devagar e sempre. Como diria ele [é, ele sim. Meu ele]. Não faço a menor idéia do que planejar, do que falar pra fazer tudo crescer. Mas, como diz o poema e ele não me sai da cabeça, "Minha estratégia é que um dia qualquer, não sei como nem com que pretexto, por fim me necessites" E isso há de acontecer. Pq eu tenho fé.

Falando agora um pouquinho da música do Renato que deu origem ao título desse post, e até uma frase dela está no meu celular [Siamo in due], bom, gostaria muito que vc ouvisse, amigo leitor, pq vale a pena. De verdade. Nos rostos que eu vejo na rua, eu vejo muitas vezes o dele. Engraçado, até. Vejo o cabelo, vejo tudo. Sei lá pq. E quanto aos meus olhos... Olhos que observam os detalhes... Olhos que vêem e depois se vão. Meus olhos que te vêem e depois te vêem em todos os lugares, em todos os rostos... Em todos os sonhos à noite. Olhos que se abrem dando um sorriso [sim, isso é possível] pq eles sabem que todo o dia é justificado pela sua imagem. Olhos que verão, por fim, vc necessitar de mim.

PS.: Querido e paciente leitor, perdoe-me pelo texto meio sem conteúdo... mas essa é a forma que encontrei de gritar em silêncio tudo o que eu ainda não posso falar. E creio ser esse o lugar mais apropriado.

Até a próxima. =]

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Minha estratégia é que um dia qualquer, não sei como nem com que pretexto, por fim me necessites.

Antes de mais nada, agradeço de coração à Ludmila... que apareceu no comentário do último post... Obrigada! Fico realmente muito feliz e grata por gostar do meu cantinho. Sinta-se em casa e à vontade.

Bom, o título me remete aos poemas do Mario Benedetti. Certa vez me deparei com eles. Lindos todos. Na verdade, acho bem que os poetas latinos são os melhores... Risos. Sou suspeita. O meu grande amor é chileno... Mas, ultimamente, lendo os poemas do Mario, mais uma vez, como sempre acontece na minha vida, as coisas começam a se encaixar. [Recomendo que vc leia, amigo leitor, os seguintes poemas dele: Viceversa e Te Quiero] É muito bom esse momento onde a poesia retorna à minha vida dessa forma. Claro, ela nunca saiu, até porque sem ela, eu não sou nada. Mas, as interpretações mudam de acordo com a nossa trajetória... E algumas vezes, gostariamos de estar sentindo algo que não estamos sentindo. De fato, há pouco tempo, eu não me sentia encaixada nas palavras... Estranho. Por isso, a ausência de poemas meus nesse tempo. Mas agora... ah, agora... tudo é muito mágico. Muito brilhante. Engraçado como uma pessoa tem o poder de transformar a cor das coisas... Do dia. Claro, pode tirar isso tbm. Pode estragar isso tbm. Mas não é o meu caso. Eu me sinto feliz pq eu posso sentir o vento novamente. De maneira apaixonada. Posso me sentir gente. Ser humano. Exercitar isso em mim. Posso estar perto. E isso é sensacional. Então, quero colocar uma música do Vander Lee, chamada Outra Manhã. E ela traduz tudo o que sinto.

Enquanto juntava os restos, catava os cacos como um flagelo, vc chegou. Enquanto trancava as portas do casarão, meu coração, vc entrou. Enquanto me atormentava pensando em guerras, por outras terras vc me levou. Enquanto morria a tarde, vc surgia, estrela guia, me iluminou. Quando te quis foi tão claro que nem percebi, fiquei ali e ainda estou. Tudo era seca e queimada por dentro de mim, como jasmim por sobre a mágoa vc brotou. Anjo de luz, filho de Iansã, rompe essa treva, me leva pra outra manhã.

E o que eu quero dizer sobre isso tudo é que eu aprendi mais uma coisa: por mais que tentemos nos esquivar, nos esconder... O amor está sempre ali. De uma forma ou de outra. Mesmo que tentemos nos tornar frios, por medo de se machucar novamente, ou por sei lá que motivo mais, ele sempre aparece. E nos mostra que somos pequenos diante dele. Pois tudo é amor. Mesmo que isso só tenha 2 semanas.

Beijos ao Rafa, à Ludmila, ao Giovani que sempre está comigo nessas horas, mesmo boas ou ruins, e por me mostrar tantas coisas que sempre me tornam uma pessoa melhor. E a ele. Razão das minhas palavras novas. Razão do meu sorriso. Me sinto ser humano. Obrigada.

domingo, 28 de agosto de 2005

Por ser amor, invade e fim

Bem, precisei escrever aqui hoje. E creio eu que como é só o Rafa que lê esse blog, então, esse post é feito pra ele também. Pra situação em que ele se encontra. Junto comigo.

Hoje de manhã, li uma crônica no jornal sobre o amor. Evitei ler sobre isso por um bom tempo. Mas agora, eu não consigo mais. É uma necessidade querer viver cada minuto dessa coisa que atormenta. Desse turu turu turu. Como diz Djavan: "Por ser amor, invade e fim." De fato, é isso mesmo. Invade e ponto final. Problema é seu se sofre ou não. Se as coisas ficam coloridas, se você parece um babaca dentro da barca Rio-Niterói, olhando aquela água suja e achando tudo lindo, ou ficar no MSN esperando uma pessoa que não vai entrar. Enfim, essas coisas tão idiotas, que me mostram que são idiotas e mesmo assim, acontecem e você cai feito uma jaca madura. [Nossa, ridículo isso]

Mas, o mais engraçado disso tudo é que se tem a plena consciência do nível elevado de retardamento, e mesmo assim, você adora se sentir desse jeito! Você está tão doente que canta Sandy e Junior, Roberto Carlos [tá, eu gosto], Leandro e Leonardo [gosto tbm] e assim vai. E todas as músicas têm um ritmo perfeito, tudo faz sentido, tudo é legal, colorido e sei lá mais o quê.

Na verdade, eu e Rafa achavamos que isso era a maior babaquice de todos os tempos. E aqui estamos nós, cada vez mais na fossa da vida. Um, por não ser correspondido. Outro, por não saber o que fazer exatamente. Por que isso é a coisa mais agoniante da vida. E a melhor sensação a se sentir. Como assim?!

Sim, como assim?! Me pergunto isso o tempo todo. É tudo tão estranho e bom. Tudo é melancólico e colorido. Tudo tem uma precisão inexata. E todas as pessoas têm o rosto dele[a]. O engraçado é como nos privamos disso. E como isso é tão necessário. Como isso é a única coisa que preenche mesmo, como isso é inevitável. E por mais que se tente fugir, como eu tentei, não dá. É mais forte. É maior que você próprio e toda a sua vontade de bloquear aquilo. [e me aparece agora um súbito sorriso]

E como cita a crônica, de um trecho do livro "Memórias de minhas putas tristes", de Gabriel Garcia Márquez: "Não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego." De fato. Aqui estou eu. Assim vou eu. Com "fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo, e pelas ruas vou sem nutrir-me, calada, não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra, bsucando o som líquido dos teus pés no dia. "

Ah, um beijo grande pro Rafa. Que pelo menos as palavras possam te dar algum conforto. Sei bem como é isso. Sei bem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

No estés lejos de mí un solo dia...

... Porque cómo, porque, no sé decirlo, es largo el día, y te estaré esperando como en las estaciones cuando en alguna parte se durmieron los trenes.

Pretensão minha achar que eu sou capaz de controlar algo desse tipo. Pretensão minha de pensar que poderia me convencer do contrário. Sei lá que sinto. Só sei que sinto.

No te vayas por una hora porque entonces en esa hora se juntam las gotas del desvelo y tal vez todo el humo que anda buscando cqasa venga a matar aún mi corazón perdido.

Sim, posso estar enganada, vendo coisas, me precipitando... como é normal numa situação dessas. Mas há certas vezes em que vale a pena. Essa é uma delas.

Ay que no se quebrante tu silueta en la arena, ay que no vuelen tus párpados en la ausencia: no te vayas por un minuto, bienamada, porque en ese minuto te habrás ido tan lejos que yo cruzaré toda la tierra preguntando si volverás o si mi dejarás muriéndome.

Que nada se destrua ou se confunda. Que tu voltes a cada dia, como eu te quero.


Carol e Neruda. Pura pretensão minha. Peculiar.


Engraçado, uma música que define muito bem o momento é uma da Sandy e do Junior, que apesar de eu ouvir muitas outras coisas que não sejam eles, é o que resume tudo! É aquela do turu turu turu. Que fala assim: Esse turu turu turu aqui dentro que faz turu turu turu quando você passa... Meu olhar decora cada movimento, até seu sorriso me deixa sem graça. [...] Nem estou dormindo mais, já não saio com os amigos, sinto falta dessa paz que encontrei no teu sorriso, qualquer coisa entre nós vem crescendo pouco a pouco, ... Se é amor, sei lá, só sei que sem você parei de respirar e é você chegar pra esse turu turu turu vir me atormentar.

Puta merda. Agora eu tô ferrada. =]

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

Te vi, te vi, te vi... No buscava nadie y te vi...

Considero este um post emergencial. Porque algo me acometeu esta manhã. Algo que começou a tomar uma proporção que eu não esperava. Não quero falar muito, nem escrever muito, afinal ainda tento me convencer do contrário, mas, mesmo que ninguém leia minhas palavras, elas muito me servem. Peço que desconsidere, amável leitor, o item 1 do último post. As coisas mudaram. Não sei por quanto tempo. Não sei de nada.

Como diria Frank: "I`d sacrifice anything come what might for the sake of having you near, in spite of a warning voice that comes in the night it repeats, repeats in my ear 'Don't you know you fool, you never can win, use your mentality, wake up to reality' And each time I do, just the thought of you makes me stop before I begin, because I've got you under my skin."

É, é isso mesmo que você está achando. O que eu posso fazer? Certas coisas não passam despercebidas... E, mesmo que achemos que somos imunes, as coisas acontecem de uma tal maneira que te obrigam a fazer um post correndo, enquanto se perdem os poucos momentos de estudo à noite, pra ver se um coração é desafogado...

Eu poderia, na verdade, escrever uma série de músicas aqui, que traduzem o [célebre] momento, mas não. Não o farei. Primeiro, porque um livro de Histologia há muito me espera. Segundo porque é preciso dar cada passo de uma vez. E, portanto, só posso adiantar que sim, a minha pressão subiu... [e isso serve a todos aqueles que me perguntam no MSN a quantas anda meu coração. E eu sempre respondo: 'Vai bem! Pressão 11x7 mmHg' Agora... ]

Obrigada pela atenção. É porque eu acho que esse tipo de acontecimento é muito delicado. E quem passa por isso precisa de muita atenção. Muita mesmo. É caso de loucura. Preciso de um enfermeiro. Até. =]

sábado, 6 de agosto de 2005

La Carta En El Camino

Certamente que passei um certo tempo longe de casa... Perdoe-me, leitor amigo. Mas a vida anda louca [como diria o grande Vander Lee] e eis que ainda estou me adaptando aos meus novos horários. E vim aqui justamente falar disso: das coisas novas que estão acontecendo [por mais loucas que sejam] na minha vida. Talvez você não tenha entendido de imediato o título do post, mas, essa manhã, lendo um dos poemas do Neruda, me veio a idéia. E num tempo de idéias escassas, qualquer fagulha de poesia me é bem vinda. O poema é homônimo. E "A Carta No Caminho" significa para mim uma listagem das coisas que andam acontecendo e que ando pensando. Seria como uma parada na trilha para observar a paisagem ao redor. Porque muitas vezes essa falta de tempo nos faz passarmos correndo. Mas agora é diferente. E esse é o primeiro ponto.
  1. Observar o que está em volta - Infelizmente, meu tempo é curto agora. Pelo menos o pessoal, porque o profissional é sempre longo. Mas eu não posso deixar de notar o que me cerca. O que me chama atenção. Vou citar coisas materias e/ou físicas e as coisas abstratas. Uma delas é um calouro de farmácia da faculdade. Pode achar engraçado, leitor, mas é a pura realidade. O que eu posso fazer? Algumas pessoas são verdadeiramente lindas. E você sabe muito bem disso. Vai me dizer que nunca sentiu dessa maneira? Claro, não estou apaixonada e nem cabe a mim ficar [na verdade, até cabe], mas certos olhos me prendem a atenção. É a vida. [risos] Outra coisa é a faculdade. Tanto o espaço físico quanto a energia que eu sinto estando lá. É maravilhoso. As pessoas também, meus novos amigos, as oportunidades que estou tendo... Tudo está perfeitamente bem.
  2. A necessidade de ainda escrever - Ainda não sei como administrarei isso, de fato, porque passar o dia inteiro fora é minha nova rotina. Andei pensando em atualizar o Chão todos os sábados ao acordar [pq aí quem sabe, os sonhos não me dêem inspiração!?] e creio que farei isso mesmo. O que acha? Aceito sugestões.
  3. A Enfermagem como a visão olística - Não podia deixar de falar disso, amigo leitor, mas é o que mais escuto falar ultimamente [!!]: Enfermagem. Visão olística é a capacidade de analizar algo como um todo, como uma unidade [no caso da minha profissão, analizar um ser humano]. E acho que isso já entrou em mim por osmose [!!!], afinal, cada vez mais que eu ouvia falar sobre isso, eu me apaixonava cada vez mais. E digo, portanto, que eu não poderia ser qualquer outra coisa que não fosse enfermeira.
  4. A poesia do Neruda - Costumo dizer que certas coisas nunca mudam. Essa é uma delas. Outro dia eu havia chegado da faculdade, cansada, de fato, e sentei na minha cama. Meus livros do Neruda estavam me fitando. E eu não me sentia exatamente bem. [Entende esse 'exatamente bem'?] Peguei um deles, mais expecificamente o "Jardim de Inverno" e li um poema. Não me lembro qual, mas aquilo me serviu como uma noite de sono. Certas coisas nunca mudam, eu costumo dizer.
  5. O olhar - No dia do meu aniversário [sim, agora eu tenho 20 anos.], fui ao mercado com meus pais para comprar algumas coisas aqui pra casa. E me vi trocando olhares com um garoto. Como há tempos não fazia. Eu estava numa fase de conhecer as pessoas por todas as maneiras, menos da minha preferida e mais eficiente [e pq não, mais verdadeira?]: o olhar. Então, voltando aos corredores do Prezunic, lá estava ele. E lá estava eu! Claro, não vou contar os detalhes, até porque não há necessidade, pois eu só quero mesmo é que você entenda o quanto é bom dividir seu desejo com outra pessoa. E saber que a recíproca é verdadeira. Quando eu saí de lá, me senti como não fazia há tempos. E talvez, esse foi o melhor presente: a sensação de felicidade.
  6. A festa-surpresa - O item acima me fez lembrar que não falei do meu aniversário aqui. Ganhei uma festa-surpresa!!! E foi muito legal. Todos os meus amigos vieram. Me senti bem feliz. Claro, eu sempre me sinto, na verdade, mas é maravilhoso poder reunir as pessoas que gostamos... Principalmente numa data especial para nós. Obrigada, amigos.
  7. O trote é uma m*$&#!! - Idina Gavnó! [essa é a pronúncia em russo de um palavrão bem apropriado para esse momento] Que saco. Que saco. Que saco!!! Uma semana inteira pedindo dinheiro na rua!! Ainda bem que acabou.
  8. A música que não sai da minha cabeça!! - Meu Deus. Até eu estou com medo de mim. Porque toda hora, mas toda hora mesmo [e sei lá desde quando!!!], eu fico cantando uma música que nem é de uma banda que ao menos eu goste! É "Last Night" do The Strokes. Nossa senhora. O treco fica grudado no cérebro! E o pior é que só canto uma parte! Nem é ela toda. [risos] É nessas horas que eu percebo o quanto sou idiota. Pois nem sei pra quê escrever sobre isso. Humpf.

Até a próxima, amigo leitor. Até breve. Namastê.

Last night, she said 'Oh, baby, I'm feel so down' la la la la... la la la la...

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Depois de Amanhã é 23

"Há vinte anos você nasceu, ainda guardo um retrato antigo, mas agora que você cresceu, não se parece nada comigo. Esse seu ar de tristeza, alimenta a minha dor, tua pose de princesa de onde você tirou?"Amanhã é 23 - Kid Abelha


É isso aí, pessoal... sou a mais nova velha do pedaço. E entro agora na casa dos 20. Não sei se isso é bom ou ruim. Esperemos os próximos 10 anos... para a próxima casa. O horóscopo diz que coisas boas estão por vir... e o que seriam coisas boas? O que seria bom para uma leonina faminta e sedenta? O que seria bom pra mim? Na verdade, venho me perguntando isso há 20 anos... E concluí que as respostas vêm conforme o caminho. É aquilo: "O caminho não existe. Ele é feito ao andar." De fato. Faço idéia do que vem pela frente, mas ultimamente ando numa fase de tentar prever apenas os próximos 6 meses [mesmo isso sendo impossível] e não mais os próximos 10, 15 anos, como tinha mania de fazer. E acho até que não prever as coisas é melhor ainda. Falo do que [acho que] sei. Da faculdade... Dos novos amigos. Dos velhos. Da minha casa. Das minhas poesias. Do Neruda, mestre e amor da minha vida. Do meu novo celular. Do meu 1º All Star. Do livro de anatomia que terei que deglutir e transformar em ATP. Das músicas sagradas de todos os dias. Das fotos que estão na porta do meu armário. Dos meus 2 relógios de estimação. Da Rute, minha solitária querida. Dos meus medos. E das minhas doenças-do-inferno-astral. Dos homens lindos que continuam lindos. Das minhas interpretações. Do quanto eu quero esquecer e se volto a ver, sinto tudo de novo. Da minha agenda, meu exercício diário de raciocínio. E do quanto eu quero saber de tudo. Estudar tudo, chegar o mais longe possível. Como dizia meu amado Sinatra, Fly Me To The Moon. E é isso mesmo!! Ai, 20 anos e todas as coisas velhas são renovadas a cada momento. 20 anos e tudo é sempre familiar... apesar de tantas coisas familiares eu já ter perdido [sendo essa uma das piores sensações, na minha opinião: a ausência de coisas familiares] mas que me fizeram crescer tanto. Não na minha altura, que infelizmente não vai passar do que já é, mas da minha alma, que cresce toda vez que os ponteiros dos segundos dos meus relógios [um marrom e outro rosa] andam. Já dizia Walt Whitman: "A minha alma crescerá sempre, mas mesmo assim, n unca chegará até um lugar onde não poderi seguí-la. Quando acordo de noite e caminho pela praia, quando olho para cima e contemplo a infinidade de estrelas, pergunto à minha alma: 'Quando eu morrer e você estiver lá em cima, e puder estar presente em todo esse universo, estará satisfeita?' E minha alma responde: 'Quando eu chegar lá, saberei que posso crescer ainda mais.' Então, sempre ao meu crescimento... sempre ao teu crescimento, pequenino leitor, tã pequenino quanto eu [apesar do leonino pensar que é muito], que anseio sempre por algo que ainda não sei o que é... aos meus 20, aos seus 20, 40, 60 anos... Pra sempre.


Depois de amanhã é 23, faltam 8 dias pro final do mês, faz tanto tempo que não te vejo. Mas sem beijos dessa vez. [Eu e Kid Abelha]