segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Eu não sou o samba e muito menos a voz de morro nenhum...


Esse tal de samba mais me irrita do que emociona. Não me causa nada, simplesmente. Não rio. Talvez eu chore por ter que conviver com ele. Pagode de fulana no domingo, feijoada de sei lá onde no sábado, parar de bar em bar atrás de uma batucada infernal. Ultimamente, meus fins de semana vêm sendo recheados de tudo isso. Eu não aguento mais. Preciso de PELO MENOS 1 MÊS de folga!!! E lá vem o carnaval e eu devo confessar que fico feliz com a frase tão pertinente dos Los Hermanos: "Todo carnaval tem seu fim e é o fim e é o fim!!!" Ai, que emoção gritar isso na Quarta-Feira de Cinzas. Onde já se viu passar quase 1 semana ouvindo isso!? Eu quero paz! Fujo de confusão, gritaria, amontoado de gente... Eu quero ficar longe. Eu adoro música, tenho prazer em ouvir, em sentir. Mas esse tal de samba não me toca por nada nesse mundo. Não sambo por puro desinteresse.
Mas Deus é tão misterioso... O homem da minha vida respira... samba! É o dia todo a mesma coisa. É o fim de semana todo. Ele tenta me comprar dizendo que vamos ouvir jazz mas eu não me corrompo fácil. Certamente que até outubro/2006, não se ouvia nenhum ruído desse tipo por perto. O U2 me satisfazia, o Frank era o homem da minha vida! E agora... E agora?! E
agora eis que meu grande amor é um sambista! Um branco de alma preta.
Confesso que nunca aprendi a respeitar tanto alguém num relacionamento como agora. Confesso que nunca cedi com tanta facilidade como agora. Como nunca mais impus minhas condições. Eu fico sem jazz, sem nada... E ele, todos os dias tem seu samba. Eu confesso que nunca amei tanto. [E salve a Portela!]
PS: Eu te amo!


"Eu nunca sonhei com você
Nunca fui ao cinema
Não gosto de samba, não vou a Ipanema
Não gosto de chuva nem gosto de sol
E quando eu lhe telefonei, desliguei foi engano
O seu nome não sei
Esqueci no piano as bobagens de amor
Que eu iria dizer, não... Lígia, Lígia
Eu nunca quis tê-la ao meu lado
Num fim de semana
Um chopp gelado em Copacabana
Andar pela praia até o Leblon
E quando eu me apaixonei
Não passou de ilusão, o seu nome rasguei
Fiz um samba canção das mentiras de amor
Que aprendi com você
Lígia, Lígia.
E quando você me envolver
Nos seus braços serenos eu vou me render
Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo que um raio de sol..."

Lígia - Tom Jobim.
[Pelo aniversário desse cara tão foda que foi Tom Jobim, pelos 4 meses [4 décadas] de relacionamento e pelos 7 anos [ou 7 vidas, nos Países Baixos e em outros lugares] que esperamos um pelo outro. De uma forma ou de outra. Tudo nessa música.]

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Que Deus te guarde...



"Que o caminho seja brando a teus pés,
O vento sopre leve em teus ombros,
Que o sol brilhe cálido sobre tua face,
As chuvas caiam serenas em teus campos,
E, até que de novo eu te veja,
Que Deus te guarde na palma da mão. "
Bênção Irlandesa
Abandono meus amigos pra que possam viver sozinhos, terem suas próprias experiências, pensarem com suas próprias cabeças. Deixo de lado a companhia deles pra que se sintam em sua própria companhia. Já não precisam de mim. Podem ter seus desvios de personalidade e operá-los sozinhos. Que virem as costas quando bem entenderem. Estarei em pé no mesmo lugar de quando foram embora. Não me peçam opiniões sobre o que fazer ou o que vestir. É minha vez de ficar em silêncio. Observo-os. Sem pretensões ou má intenções. Andem, apenas. Me deixem aqui com minha infinitude e vivam seus momentos únicos... sem mim. Eu apóio! Sofram em silêncio, riam com barulho. Sejam vocês mesmos. Eu apenas sinto saudade do tempo em que éramos amigos, do tempo em que podiamos ficar em silêncio sem ser isto algo constrangedor. Amor é isso. Quando o silêncio se torna um elo. Caminhem por essas ruas encantadas sem minhas poesias, sem minhas filosofias. Caminhem e descubram as suas. Sinto saudade. Apenas isso. Mas amigo talvez seja o que ando exercitando: de longe, descubro o que sinto realmente. "Amigos pra sempre", já disse a música que ouvimos juntos. "Para sempre amigos sim, se Deus quiser..." Voem sozinhos. Eu, jardim, aguardo a volta. Até breve.
Essa foi a parte mais dolorosa do ano: estarmos perto e ao mesmo tempo tão longe. Que 2007 os traga de volta.