sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Tudo está quieto no Dia de Ano Novo, um mundo em branco está em andamento, e eu quero estar com você, estar com você noite e dia, nada muda...



Faz um tempo, eu sei. Deixei um pouco de lado, eu sei. Fazer o quê? Às vezes é necessário ficar distante de algumas coisas... Perdoa.

Tá quase no fim. E, dependendo de como se olha, tá quase chegando. Então, que venha. E venha com grandes momentos. Com grandes melhoras. Pra todos nós.

E por isso, faço meu balanço:

- Foi um bom ano.

- Infelizmente, no âmbito da amizade, o meu desandou um pouco... poderia ter sido muito melhor... aprendendo. Aprendido. Apreendido.

- Uniões. A melhor parte. Destaque para a união que mudou a minha vida. [Não é todo dia que se acha o seu amor...]

- Faculdade. Avanços, sem dúvida. Descaso, um bocado. Alegria, piada, festa, desentendimento, desgaste, trabalho. Descobertas!

- Erros: sem dúvida, muitos. Alguns graves [porém, poucos]. Outros, bestas. Servem pra crescer... e com certeza, isso aconteceu.

- Amor de verdade. É, fazia um tempo que não acontecia.

- Música! Em 2006, 2005, 2004, 2003... desde 1985!

- Palavras. Ah...! Sempre. Sempre.

- Família: chão. Não de giz. Esse é o chão mais duro que conheço.

- Uma dose extra de rebeldia, confesso. Saco cheio de muita coisa.

- 21 anos: a idade do juízo.
- Do estresse exacerbado ao descanso merecido.

- Que venha 2007 e traga tudo o que merecemos...

Agradeço a sua doce companhia...
Então, um poema que resume perfeitamente esse ano. Segue.
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."

O Meu Olhar - Alberto Caeiro
Até breve! Até ano que vem... =]

sábado, 9 de dezembro de 2006

Esse samba é só porque Rio eu gosto de você.




"O Rio de Janeiro continua lindo
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março"
Já que não consegui postar no fotolog, vim ao Chão, que sempre me abriga. Aí está uma das vistas da Ilha de Villegagnon [Escola Naval], na formatura do meu amigo. [Passando rapidamente por aqui... Até breve!]

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Due minuti, due ore o un'eternità.





Do amor e seus sumiços - Ana Carolina Biavati


Detesto quando vais embora assim,
sem avisar.
Sai correndo como um sonho inacabado,
Como o relógio, despertado,
Como quando esqueço de me pentear.

Somes e me deixas perdida aqui,
Sozinha aqui.
Provocas esse desassossego,
Essas palavras raivosas e hipertensivas.
Essas explosões!
Siga teu rumo, cavalheiro meu!
Mas me avise quando vais!
Não parece, mas tenho um coração
que vive em susto e incertezas.
Que direito tens de ir embora?
De levar consigo meu peito em desalinho?
Como roubas o ar que eu respiro
assim, sem ao menos avisar?

Ai, que dói esse grito abafado de "volta!"
Ai, que espero só enquanto a noite cai...
Ai, que falta teu hálito de manhã,
E esses dias que não te vejo são meus passos sozinhos.

Silêncio inútil vencido quando retornas.
Quando sinto tua mão em meus cabelos,
Teus beijos macios e longínquos
E ouço tua voz [como se não soubesses que a culpa é tua!]:
Cheguei, amor.

Vê se não desapareces novamente.
Hoje é seu dia de não ir embora.
Fique. A noite não será suficiente.
Fique. Esqueça do escuro, das estrelas e da aurora.




Strange, dear, but true, dear,
When I'm close to you dear,
The stars fill the sky,
So in love with you am I.
Even without you
My arms fold about you.
You know, darling, why,
So in love with you am I.
In love with the night mysterious
The night when you first were there
In love with my joy delirious
When I knew that you could care.
So taunt me and hurt me,
Deceive me, desert me,
I'm yours ‘til I die,
So in love,So in love
So in love with you, my love, am I.
So in Love - Cole Porter



Então, pelos dois meses, pela saudade repentina que vc sempre me provoca quando vai correndo embora no MSN e pelo amor que sinto. É teu esse post. Como tudo que existe. Feliz aniversário, amor. Obrigada por tudo.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

In between day.

"Tortuoso dia sem tua presença.
Tudo insiste em sair do equilibrio.
Minha mente, meu caminho, meus amigos.
Troco palavras como quem quer sair sem rumo.
Disritmia.
Não ouço tua voz e parece que me falta o sol.
Batem carros, desastres me perseguem,
Sinto o mundo sair da rota.
Santo Deus sacramentado!
Bendito seja o dia que te vejo!
Até a chuva está diferente!
Fugiu com teu cheiro.
Então vem logo.
Vem mudar a chuva.
Traz de volta pro meu peito esse perfume que me pertence.
Vem logo pq esse coração está tão desesperado
Que ele não sabe se bate ou se morre primeiro. "
Ana Carolina Biavati



Me deixe sim
Mas só se for
Pra ir ali
E pra voltar.

Me deixe sim
Meu grão de amor
Mas nunca deixe
De me amar.

Agora as noites são tão longas
No escuro eu penso em te encontrar
Me deixe só
Até a hora de voltar.

Me esqueça sim
Pra não sofrer
Pra não chorar
Pra não sentir

Me esqueça sim
Que eu quero ver
Você tentar
Sem conseguir.

A cama agora está tão fria
Ainda sinto seu calor
Me esqueça sim
Mas nunca esqueça o meu amor.

É só você que vem
No meu cantar meu bem
É só pensar que vem
Láia laia.

Me cobre mil telefonemas
Depois me cubra de paixão
Me pegue bem
Misture alma e coração.

Grão de Amor - Arnaldo Antunes e Marisa Monte

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Quero transfundir teu sangue pra esse meu coração que é tão vagabundo.



[Antes de tudo, mals pela ausência. É tanta felicidade que me faltam palavras. ]
Espera-se 1 hora na fila de um banco. Espera-se a noite passar pra chegar uma nova manhã. Espera-se o cafezinho expresso ficar pronto no bar. Espera-se 9 meses por uma nova vida. Espera-se o lançamento de um novo CD. Espera-se um show do U2 no Brasil. Espera-se pelo filme mais sensacional. Espera-se pelo primeiro beijo. Pela primeira vez. Pelo capítulo final da novela. Pelas memórias póstumas do seu poeta favorito. Pela aprovação no vestibular. Por comprar seu primeiro MP3. Seu primeiro celular. Seu primeiro carrinho de corrida. Espera-se pelo pedido de casamento. Pela viagem de lua-de-mel. Pela hora em que os pais não estarão em casa e vc ficará sozinha[o] com ele[a]. Espera-se pela festa de 15 anos. Pelo pão quentinho da padaria. Pela hora de chegar. E pela hora de partir. Espera-se ver sua primeira ópera. Ou seu primeiro baile funk. Pelo nascimento dos seus filhos. Ou sobrinhos. Ou os filhos da sua amiga. Espera-se 80 anos por um vinho. Espera-se para reencarnar. E para morrer. Espera-se no sinal de trânsito. Para bater uma foto. Pra voltar à superfície depois de um mergulho. Espera-se o resultado do jogo. Espera-se pra fazer cocô até. Espera-se que sua irmã devolva sua calça. Espera-se 4 anos pra se formar na faculdade. E outros tantos pra virar doutor. Espera-se ganhar mais dinheiro. E ver esse país melhorar. Espera-se sua mãe parar de te pedir pra lavar a louça. Espera-se por dormir um dia inteiro. Espera-se pelo próximo carnaval. Espera-se pra ver uma orquídea florescer. Ou um girassol. Espera-se o cabelo crescer. Pra cortar de novo. E pelo próximo show dos Los Hermanos no Rio. Espera-se a próxima viagem pra Santa Catarina. Espera-se pra ver uma estrela cadente. E passar na pior matéria do período. Eu detesto esperar. E precisei fazer isso por 21 anos pra dizer que te amo.



"You've got that look again
The one I hoped I had when I was a lad
Your face is just beaming,
Your smile got me boasting, my pulse roller-coastering
Anyway the four winds that blow
They're gonna send me sailing home to you
Or I'll fly with the force of a rainbow
The dream of gold will be waiting in your eyes
You know I'd do most anything you want
Hey I, I try to give you everything you need
I can see that it gets to you
I don't believe in many things
But in you I do."
Já um mês e esse amor tem tanta força que me parece que te amo por toda essa vida.
E perdoem essa mulher apaixonada... Tenham paciência... Os apaixonados mal sabem quem são. Quanto mais o que escrevem. Até a próxima. =]

domingo, 1 de outubro de 2006

Me leva, amor.

[Já falei tantas vezes do verde dos teus olhos...]
Eu mais do que nunca sei que as coisas acontecem quando têm que acontecer. Na sua medida exata. Na nossa medida exata. E, quando a esperança persiste, por justamente aquela que bate as botas por último [ou nem bate!], cá estou eu, novamente, acreditando que isso é possível. Porque, por algum motivo, aconteceu comigo. E então, ao meu amorzinho. [O nosso amor é novo, é o velho amor ainda e sempre.] Pro que der e vier. Comigo.
Se você vier pro que der e vier comigo
Eu te prometo o sol... se hoje o sol sair
Ou a chuva... se a chuva cair.
Se você vier até onde a gente chegar
Numa praça, na beira do mar,
Um pedaço de qualquer lugar,
Neste dia branco, se branco ele for
Esse tanto, esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo.
Se branco ele for
Esse canto, esse tanto, esse tão grande amor, grande amor
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo.
Dia Branco - Geraldo Azevedo.


Até breve, amigo.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Que assim seja.



Jorge sentou na praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu tambem sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal.

Armas de fogo, meu corpo nao alcançará
Espadas, facas e lanças se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas,correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Jorge é de capadocia, viva Jorge
Jorge é de capadocia, salve Jorge

Perseverança, ganhou do sórdido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Perseverança, ganhou do sórdido fingimento
E disso tudo nasceu o amor

Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Ogam, Ogam toca pra Ogum
Jorge é da capadocia
Jorge é da capadocia
Jorge é da capadocia
Jorge é da capadocia.

Jorge de Capadócia - Jorge Ben Jor


E que Deus nos proteja. Sempre.

domingo, 3 de setembro de 2006

A little girl with nothing wrong and she's all alone.




Gaste todo seu tempo esperando
Por aquela segunda chance,
Por uma mudança que resolveria tudo.
Sempre há um motivo
Para não se sentir bom o bastante,
E é difícil no fim do dia.
Eu preciso de alguma distração.
Oh, perfeita liberação
A lembrança vaza de minhas veias...
Deixe-me vazia
E sem peso e talvez
Eu encontrarei alguma paz esta noite.

Nos braços de um anjo,
Voe para longe daqui,
Deste escuro e frio quarto de hotel
E da imensidão que você teme.
Você é arrancado das ruínas
De seu devaneio silencioso.
Você está nos braços de um anjo,
Que você encontre algum conforto lá.

Tão cansado de seguir em frente,
E para todo lugar que você se vira
Existem abutres e ladrões nas suas costas,
E a tempestade continua se retorcendo.
Você continua construindo a mentira
Que você inventa para tudo que lhe falta
Não faz nenhuma diferença
Escapar uma última vez.
É mais fácil acreditar nesta doce loucura, oh
Esta gloriosa tristeza que me faz reconhecer a derrota.

Você está nos braços de um anjo.
Que você encontre algum conforto aí.

Angel - Sarah Mclachlan

Por todas as vezes em que preciso descansar. Pelas vezes em que preciso pensar sozinha. Estar sozinha. Olhar sozinha. Pelo cansaço. Pela falta de tempo. Pelas belas descobertas diárias. Por Deus me olhar de canto de olho. Pelas palavras. Pelos amigos. Por quem eu não conheço. Pelo riso. Pela dança. Pelo frio. E pela ausência. Pelo vazio. Por nunca desistir. Que eu encontre, então, algum conforto por aqui.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Invasão ( olha eu aqui!!! rsrs!!)

Bom, primeiro lugar para você que se pergunta quem é o invasor...Digo que sou eu, Jullyana, a invasora...rs! Conheci a Carol na net, no mundo dos blogs...
Ela é muito doida!!!Mas também muito gentil [Onde já se viu, dar a senha e o login pra uma pessoa que você literalmente nunca viu mais gorda?]( ahahaha)
Isso foi prova de confiança e amizade [ que eu agradeço e reconheço muito, muito e muito!!].
Eu resolvi escrever [ desabafar e registrar] sobre o que demorou tanto tempo para ser contruído dentro da minha cabeça maluca...E ela deixou eu pegar meu giz e rabiscar aqui, no chão lindo dela...Olha que chic! rs!

Carol amiga, te adoro elevado ao oito deitado!!!!!!!!!!!

Então, lá vai:


Carta à você que não está...

Semana passada assisti a duas aulas com a mesma professora, ela é psicóloga e abriu a minha cabeça de uma maneira fantástica, quase milagrosa. Ela explicou a diferença entre cuidar e proteger e também explicou o que é acolher, pensando muito nisso eu queria dizer a você o que eu nunca disse antes:

Eu por muito tempo protegi você e de certa forma, foi por isso que brigamos tantas vezes e adiamos o tanto de realizações que irão ocorrer, mesmo que não nos mexamos pra isso...Destino? Sei lá. Dança das estações...Quando a gente protege alguém, simplesmente traçamos o caminho desejado por nós, dizemos como e fazemos ao objeto de nossa proteção uma violência, pois estamos brigando com a natureza dessa pessoa, que tem o direito de escolher como vai agir e se vai agir...Então, vendo que minha proteção não dava jeito, resolvi então, cuidar...Largar um pouco, simplesmente dizer o que eu achava que seria certo, mas deixando que decidisse por onde você queria ir. E assim eu fui infeliz, porque você é uma pessoa e eu sou outra. Somos muito diferentes naturalmente e com isso, suas decisões nunca eram como eu esperava...Suas atitudes também... E eu me decepcionava sempre...
Meu querido, só agora eu entendo qual é o meu papel: eu te acolho!
Porque quando eu te acolho, eu aceito que esteja frio, mas que você não queria usar casacos e luvas. Eu aceito que as pessoas ajam de forma leviana em relação a você por mais tempo, sem que se tome uma atitude simplesmente, porque você mesmo deve achar a sua melhor saída. Você mesmo é o senhor do seu destino e das suas decisões. E eu acolho, os seus defeitos, suas milhões de qualidades e, sobretudo: você, de uma forma geral, como ser humano complexo e rico em experiências e soluções que só de dentro de você podem surgir... Eu te acolho porque não há perfeição e sim respeito ao modo de vida de cada um. Eu te acolho, porque eu amo você! Não importa o que aconteça, não importa o que haja...Gostaria que algum dia me acolhesse também.
Beijos!
Jullyana

Amo-te
“Amo-te quanto em largo, em alto e profundo
Minha alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo
À luz do sol, na noite sossegada,
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida.
E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte”.
Elizabeth B. Browning
Tradução: Manuel Bandeira

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

[ ]

"Vazio agudo. Ando meio cheio de tudo."

Leminski



E alguém pode me explicar isso!? Pq eu tô de saco cheio.




Até. =/

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Há metafísica bastante em não pensar em nada.



"Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
[Pensar é estar doente dos olhos]
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo."
O Guardador de Rebanhos - II - Alberto Caeiro
Me dei de presente de aniversário um livro do Fernando Pessoa chamado "Poesia Completa de Alberto Caeiro." Mais um corte na minha Lista dos Desejos. O Caeiro é pra mim um mentor. Um espelho quando eu quero enxergar as coisas de forma simples. Porque ele é simples também. Ele é prático, não cansa. Ele mostra/enxerga as coisas com clareza, que muitas vezes parece que tudo é óbvio. Vim pedir ajuda a ele mais uma vez. Só que dessa vez, de uma forma um pouco desesperada. Fui exatamente no "Guardador de Rebanhos" pra buscar um pouco de paz. Porque ultimamente [o que pode estar sendo causado pelas férias... aff... maldito ócio] eu só consigo pensar e pensar e pensar. Mas os pensamentos são pesados demais, exigentes demais, e muitas vezes, me deixam sem resposta alguma, me desgastam e me põem medo. Eu estou mentalmente cansada. Já descansei o que tinha pra descansar fisicamente, mas o mental não parou. Piorou, na verdade. Tem dias que a cabeça chega a doer. E isso causa uma transformação tão grande por dentro que muitas vezes, eu só consigo ficar em silêncio. Eu estou realmente muito cansada. São tantas questões, tantas indefinições... Quero que as aulas recomecem porque eu sei que assim meus pensamentos serão úteis. Me farão sentir-me útil. Quero sair de manhã cedo e voltar, lá no final do dia, com a sensação de dever cumprido, com aquele cansaço explícito nos olhos e nos ombros, quero tirar meus tênis e sentir o chão do meu quarto com os pés. Sem pensar em nada do que me atormenta. Na difícil responsabilidade que assumi. Mas uma coisa é certa: foi uma responsabilidade pensada, "querida". E por isso, eu irei até o fim com ela. Só quero minha rotina de volta, porque ela é um sinal de segurança, onde eu pondero meus pensamentos, intercalo com as responsabilidades profissionais, e as coisas tem hora e ordem na minha cabeça. É isso que eu quero. Quero ordem aqui dentro! Quero assumir a responsabilidade que escolhi de forma correta e não desesperada. Eu não combino com o desespero. Eu não sei ver as coisas em desespero. Eu prefiro lucidez. Eu quero não pensar agora. Pra me matar de pensar depois. Na hora certa. Eu quero viver o agora. Eu quero viver. Agora.
"E eu, pensando em tudo isto,
Fiquei outra vez menos feliz...
Fiquei sombrio e adoecido e soturno
Como um dia em que todo o dia a trovoada ameaça
E nem sequer de noite chega..."
O Guardador de Rebanhos - IV - Alberto Caeiro

domingo, 23 de julho de 2006

Dá-me luz, ó deus do tempo!

"E saiba que forte eu sei chegar. Mesmo se eu perder o rumo."

"E eu que já não sou assim muito de ganhar, junto as mãos ao meu redor, faço o melhor que sou capaz, só pra viver em paz."
Hoje eu faço 21 anos. Tudo bem, já começa aqui a responsabilidade dessa vida [como se já não tivesse começado antes... só que agora, tem a visão da sociedade...] e a consciência de fazer certo.
Hoje também acordei e ganhei os abraços mais queridos daqueles que estão comigo nesses 21 anos. E isso sim é que é o verdadeiro presente.

E hoje vejo mais um ciclo terminando pra outro começar. Talvez esse dia 23 seja o dia que não conta em nenhum desses 2 ciclos. É o "dia da transição". É o dia de férias! Rs. Meu dia.

Quanta coisa aconteceu nesse último ciclo. Meu Deus, quanta mudança na minha vida. E devo agradecê-Lo... Pela faculdade, pelos grandes e melhores amigos que fiz lá, pelos amores que encontrei lá, pelo crescimento que veio por tabela, pelo aprendizado de cada dia [!!!!], pelas responsabilidades [já dizia o Homem-Aranha que grandes poderes trazem sempre grandes responsabilidades. Sei bem.], pelos velhos amigos que permanecem, pela poesia de cada dia, pela minha família de sempre e pra sempre, pelas derrotas, pelas tristezas, pelo caminho, pelo futuro e por eu poder estar aqui, pela Sua permissão, e aproveitar cada coisa dessa. Obrigada, meu Deus.

Obrigada pela minha vida.



Posso ouvir o vento passar
Assistir à onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver
Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar.
Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?
Vou pensar.
Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber?
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer.
E isso, eu vi, o vento leva!
Não sei mas sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É a vontade de esquecer
E isso por quê?
Diz mais!
Se a gente já não sabe mais rir um do outro, meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez se tem que durar
Vem renascido o amor, bento de lágrimas.
Um século, três,
Se as vidas atrás são parte de nós
E como será?
O vento vai dizer lento o que virá
E se chover demais a gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois sorrir em paz.
(Só de encontrar...)

O Vento - Los Hermanos.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Teu cheiro morando em meus pulmões.




Meu peito finalmente se enche do ar que contém o cheiro que sempre procurei. O meu cheiro exato e preciso. Nesse momento, sinto como se existisse realmente o infinito. Porque eu te abraço tão forte, meu peito cresce e agora está em mim o teu cheiro. Não sei querer outra coisa agora. Não sei escrever sobre outra coisa agora. Só quero pensar e sentir. Recarregar minha bateria com o teu cheiro. Fazer dele a minha companhia à noite. Eu só quero pensar que só existe ele no mundo. [Porque o universo eu já conheço bem.] Eu sei que só existe ele no mundo.

Preciso do teu cheiro.
Ana Carolina Biavati.
"Agora que sinto amor
Tenho interesse nos perfumes.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver."
Alberto Caeiro.

sábado, 1 de julho de 2006

Eu trocaria a eternidade por essa noite.

Vincent Van Gogh
"Now that she's back in the atmosphere
With drops of Jupiter in her hair
She acts like summer and walks like rain
Reminds me that there's a time to change
Since the return of her stay on the moon
She listens like spring and she talks like June

But tell me did you sail across the sun
Did you make it to the milky way
to see the lights all faded
and that heaven is overrated
Tell me did you fall for a shooting star
one without a permanent scar
and did you miss me
while you were looking for yourself out there.

Now that she's back from that soul vacation
Tracing her way through the constellation
She checks out Mozart while she does Tae-bo
reminds me that there's room to grow
Now that she's back in the atmosphere
I'm afraid that she might think of me as
plain or jane told a story about a man
who was too afraid to fly so he never did land

Tell me did the wind sweep you off your feet
Did you finally get the chance to dance
along the light of day
and head back to the milky way
And tell me did Venus blow your mind
Was it everything you wanted to find
and did you miss me
while you were looking for yourself out there."

Trecho de Drops of Jupiter - Train



"Ele tem uns olhos de universo, infinitos, que escondem mil galáxias, buracos-negros e estrelas. Quando esqueço de olhar para cim,a olho pra frente e encontro aquelas coisinhas brilhantes piscando pra mim. Meus olhos são calmos apenas. São brancos com um marrom que finge ser uma borda escura de enfeite. E são fáceis de se encantar. São tão bobinhos! Porque quando eles vêem os dele, já se perdem sem antes mesmo pensar. Nesse universo que por pura pretensão já é meu, meus olhos descansam. Essa mansidão permite que eles sonhem. E nessa noite de raras estrelas, são os olhos dele [dono de todos os cometas], que brilham pros meus e me trazem todo o céu."
Ana Carolina Biavati

sexta-feira, 30 de junho de 2006

Todo dia até o fim, sempre cada vez mais simples.

Ouvi recentemente o CD "Sim e Não" do Nando Reis. De fato não vim aqui comentar sobre o quanto está maravilhoso e tocante. Simples e exato. Porque está mesmo. Vim aqui trazer a faixa 1. A mais perfeita de todas. Ela se chama "Sim". E traz consigo meu sentimento.
Sim
Desde que eu te vi eu te quis
Eu quis te raptar
Eu fiz um altar
Pra te receber
Como um anjo
Que caiu lá do céu
Não estava voando
Andando
Distraiu-se

Sim
E agora?
Eu quero voltar lá do céu
Eu quero estar de volta
Eu quero ter você quando estiver de volta
Eu quero você para mim
Não dou
Pra ficar só,
sim
[não dou, não]

Confesso que a primeira vez que a ouvi, chorei. Pq é exata mesmo. Por mais singela que seja. Mas principalmente pq faz um tempo que uma música não se encaixa a mim, não se aplica à minha real situação. É como se ela existesse, eu concordasse que é uma grande poesia, mas parasse por aí. E agora não. Além disso, ela faz todo sentido. Seria bom se vc pudesse ouví-la, amigo leitor. Pq ela é linda, absolutamente.

Mas ouça o resto do CD! Principalmente "N", "Nos Seus Olhos" e "Espatódea". Poesias cantadas! Lindas, sempre. [Nando Reis, minha gente!!]

Outra coisa bastante importante é que já faz 1 ano de blog! 1 ano de muitas coisas que aconteceram! E fico feliz por isso. Por ter a oportunidade de trocar tantas coisas com quem me lê e eu leio, sempre.

É, acho que é só. Queria mesmo só deixar por aqui essa lindeza. Pq assim eu sei que iria sossegar. Até, amigo. Até. =)


domingo, 18 de junho de 2006

Com muito orgulho. Com muito amor.

É Copa do Mundo. De fato, eu e mais um trilhão de pessoas esperamos 4 anos por isso. É momento de se emocionar. De gritar e falar bem alto o que somos de verdade. "Eu sou brasileira!!!!" E tenho muito orgulho de dizer. Vejo todos os jogos. Nossos ou não. [Ou melhor, aqueles que consigo ver! Afinal, a faculdade era algo que não existia na minha vida há 4 anos atrás...] E talvez não seria diferente... Esse é o país do futebol, meu chapa! Isso está no nosso sangue, mesmo sendo ele de outro país... [e falo por mim e outros tantos descendentes de tantas coisas espalhados neste ou em outro território.]
Nessa copa já até discuti por causa de futebol. Pelo Brasil. Um amigão meu veio tentar me convencer de que esse país só se sente nação diante desse evento. E isso me doeu, sabe? Não vejo dessa maneira. Esse povo, mesmo sofrido e sem tantos valores, continua sendo o meu povo. Que é feliz! Apesar das injustiças, dos escândalos e tudo o mais que vemos sempre aí na TV. Mas mesmo assim... É só olhar para o lado! Tudo é alegria sempre! E não poderia ser diferente... Posso falar pelo menos pelo Rio de Janeiro. Quem fica triste diante de tanta beleza? Eu, quando dou minhas passadas pela Zona Sul, nunca me acostumo em ver o Pão-de-Açúcar. Ou o Cristo. São duas coisas que não são e jamais serão comuns pra mim. Eu passo e me sinto a pessoa mais feliz do mundo por poder contemplar tanta beleza.
Então me diz vc, amigo leitor, o que acha dessa movimentação pela Copa. Eu confesso que ando torcendo também pra Holanda e pra Itália [pátria segunda], mas meu Brasil é imcomparável! Mesmo com essa falta de futebol-arte que anda tomando conta dos jogadores. Independente disso, acho que temos tudo pra ir até o fim. E se tiver que gritar, meu caro, grite! Xingue [como eu!] e pule a cada gol. Porque isso é futebol! Isso é paixão nacional. Isso é Brasil. E tenho muito orgulho de poder dizer que nasci aqui.
Até! =)

terça-feira, 13 de junho de 2006

Me ensina a não andar com os pés no chão.

"Diz quantos desastres têm na minha mão. Diz se é perigoso a gente ser feliz."
Eu senti a chuva cair. Me peguei de olhos fechados, deitada no teu ombro e sentindo teu cheiro. Um momento que nunca vai terminar. Porque ele está gravado em mim e em você. Ao mesmo tempo, eu ouvi [ao vivo]: "Eu encontrei-a quando não quis mais procurar o meu amor e quanto levou, foi preu merecer, antes um mês e eu já não sei. E até quem me vê lendo o jornal, na fila do pão sabe que eu te encontrei. E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim, do nosso amor a gente é quem sabe, pequena, ah vai! Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém afim de te acompanhar. E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola. Eu encontrei-a e quis duvidar tanto clichê, deve não ser. Você me falou preu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor. E só de te ver, eu penso em trocar a minha TV num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira, e ir onde o vento for que pra nós dois sair de casa já é se aventurar. Ah, vai! Me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar. E se o tempo for te levar, eu sigo essa onda e pego carona pra te acompanhar. "
Sim, no dia dos namorados, com a melhor companhia que alguém poderia ter na vida, eu assisti aos Los Hermanos, na Praça XV. E nunca foi tão maravilhoso.
E eu nem tenho muita coisa a dizer. Porque em toda a minha vida eu nunca imaginei que fosse acontecer dessa maneira. NUNCA. Talvez vc não compreenda, leitor. Mas é pura verdade. Pensei que fosse esquecer disso. Pensei que ninguém seria tão preocupado e carinhoso. Pensei que ninguém mais tivesse coragem de dizer "Eu estou apaixonado por vc." E a cada dia que passa, é sempre o que me acontece! Pode alguém ser mais feliz? Eu sou feliz, meu caro amigo. Por mim mesma. Mas porque existe alguém que eu possa me doar e que me faz sentir-me humana. Alguém que eu posso brincar e receber brincadeiras. Alguém que se preocupa e pensa em mim. Em nós. Alguém pelo qual eu posso dizer o mesmo: "Eu estou apaixonada por vc." E nada, nada, poderia ser mais forte, exato e certo do que sentir isso nesse momento.
Então, pelo grande dia 12 que eu tive. Por tudo que sinto. Por ser quem é. "E hoje mesmo quase não me lembro que já estive sozinho." "Eu preciso de vc do meu lado. Bem melhor quando vc está por perto." Por tudo o que sou quando estou perto. Por tudo o que somos quando estamos juntos.
Até, leitor desse blog. Obrigada sempre pela presença na minha vida.

sábado, 3 de junho de 2006

Casa Pré-Fabricada

Um Van Gogh... Que eu amo tanto.
"Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos.
Cobre a culpa vã
Até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo.
Canta que é no canto que eu vou chegar.
Canta o teu encanto que é pra me encantar.
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz.
Tristeza nunca mais.
[Mais] Vale o meu pranto que esse canto em solidão.
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas.
Abre essa janela
A primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota.
Canto que é de canto que eu vou chegar.
Canto e toco um tanto que é pra te encantar.
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz.
Tristeza nunca mais."
Casa Pré-Fabricada - Los Hermanos
Vim aqui deixar essa música porque agora eu posso gritá-la! Pelo menos no meu quarto. Mas... agora ela é a mais pura verdade de tudo. Apenas isso. Simples assim. E hoje, saudade. Muita saudade. Que aperta o peito, sabe? Faz tempo que não sinto isso... Mas vai passar. Porque agora, meu peito não é mais vazio. Porque agora tem alguém que cuida de mim. =)
Até, amigo! Até breve.

sábado, 27 de maio de 2006

"Onde se cumprem os sonhos, juntam-se duas vontades para cumprir um desejo."



"Não te prometo o céu nem vou te dar um teto
Não vou me transformar num caracol
Não sei andar tão reto
Não perco o futebol
Mas quando quiser se esquentar
Pode me procurar sou seu lençol. "
Lenço e Lençól - Vander Lee.
As coisas não são muito certas. Mas eu admito que penso, sim, em você. Penso o dia todo e não sei como isso não me perturba. Não sei como isso não me aflige e me preocupa. Como se pensar fosse tão natural...
Não espero futuro. Meu futuro é aqui e agora. Sou eu quem o faço! Meu futuro é sempre a próxima vez em que vou te ver. Não preciso de futuro... Talvez ele só me sirva de preocupação. Eu vivo o hoje. E nada pode ser melhor que isso.
Seus 14 anos a mais não me dão medo. E esses cabelos brancos são tão sexys! De fato, ainda estou longe dessas características, mas acho tudo lindo. Você é lindo.
Às vezes é estranho acreditar que seja verdade. Como diz o Amarante: "Eu encontrei-a e quis duvidar, tanto clichê, deve não ser." É esquisito mesmo! Você já me conhece tanto e já me faz tão bem! Eu já estava acreditando que isso não existia...
Sei ficar só. Entendo muito bem de solidão... Eu comigo mesma já me basto. Mas sua presença extravasa meu nível de auto-suficiência e me mostra que além de usar meu tempo fazendo o que mais gosto num sábado à noite [como por exemplo, dormir], eu poderia usar meu tempo contigo. Essa idéia já me encanta... essa idéia passa a sexistir no meio dos meus pensamentos. Fazia um tempo que ela não surgia. Mas você, com esse costume de sair invadindo tudo e mudando tudo, faz questão de mudar até isso: seria o máximo que você estivesse sempre perto. [Considere isso como uma grande mudança: alguém como eu, que não sente falta de muita coisa, principalmente de uma companhia num sábado à noite, já pensa muito em te ter ao lado.]
E todas as outras coisas vão sumindo... porque você ocupa os espaços vazios. Você me quer! Você me procura. Você vem pra me mostrar o novo. Você é o novo. E, pra mim, isso já é mais que interessante... Você me move a desejar. Você me causa milhões de sensações que eu já estava esquecendo. Você é homem. E como todo HOMEM, sabe bem o que fazer com uma mulher. "De repente, tudo se torna tão irreal que te sinto visível."
"Quero sua vida me invadindo e me agitando. Quero sua felicidade sob meu coração e suas mágoas nos meus olhos, sua paz nos dedos de minha mão." Malcolm Lowry
"Não sei quanto o mundo é bão mas ele está melhor desde que você chegou e explicou o mundo pra mim." Nando Reis
Até, meu amigo leitor. Até.

domingo, 21 de maio de 2006

O acaso a se esconder


Ela era ela era ela no centro da tela daquela manhã
Tudo o que não era ela se desvaneceu
Cristo, montanhas, florestas, acácias, ipês
Pranchas coladas na crista das ondas,
as ondas suspensas no ar
Pássaros cristalizados no branco do céu
E eu, atolado na areia, perdia meus pés
Músicas imaginei
Mas o assombro gelou
Na minha boca as palavras que eu ia falar
Nem uma brisa soprou
Enquanto Renata Maria saía do mar
Dia após dia na praia com olhos vazados de já não a ver
Quieto como um pescador a juntar seus anzóis
Ou como algum salva-vidas no banco dos réus
Noite na praia deserta, deserta, deserta daquela mulher
Praia repleta de rastros em mil direções
Penso que todos os passos perdidos são meus
Eu já sabia, meu Deus
Tão fulgurante visão
Não se produz duas vezes no mesmo lugar
Mas que danado fui eu
Enquanto Renata Maria saía do mar
Renata Maria - Chico Buarque e Ivan Lins
Porque essa música muito me causa. Mas começo a não sentir mais nada. E à minha lágrima que sozinha cai, eu digo adeus. Digo adeus por não saber mais. E esse é o vazio que eu sinto. O vazio que eu sinto estando ao seu lado. E essa é mais uma das nossas músicas. E eu, tendo tantas coisas felizes a escrever, só consigo sentir que estou fazendo bem quando estou escrevendo de solidão.

domingo, 14 de maio de 2006

4



Vim aqui apenas porque não poderia deixar para trás um momento tão memorável na minha vida.
Bom, ontem, 13/5, fui ao meu primeiro show dos mais lindos aí da foto. Não pude acreditar, como ainda não acredito, que estive lá. Que eu os vi com meus olhos míopes! Sim... eram eles. E tudo isso é completamente inexplicável para mim. Era como se cantar fosse mesmo gritar com a alma. Como se sentir fosse sempre simples como beber um copo de água. Foi único pra mim. As músicas ficam circulando na minha cabeça, eu fico lembrando do quanto eles são sensacionais [e lindos. São sim, tá.] e do quanto eu tive uma sensação estranha de que me faltava algo. Não sei realmente o quê. Mas essa sensação ainda está me incomodando. Todas as músicas foram perfeitas mas eu sei que naquele momento, elas poderiam me dizer muito mais. Disseram de fato. Mas ainda me falta algo.
Talvez eu saiba o quê...
Bom, vou deixar então pra embelezar tudo a primeira música do CD e música de abertura do show, presente também no meu profile do orkut e principalmente, presente em todas as coisas que eu faço... Enjoy it!
Quem bater primeira dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema.
É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto os teus sinais,
Pode ser da vida acostumar
Será, morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar dedicou-se mas
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Doce o mar, perdeu no meu cantar
Só eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar dedicou-se mas
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?
Dois Barcos - Los Hermanos
Namastê, querido amigo. Até a próxima.

sábado, 6 de maio de 2006

Me sinto tão, me sinto só e sou teu.

"E quanto a mim, te quero sim, vem dizer que você não sabe. E quanto a mim, não é o fim nem há razão pra que um dia acabe..."


"Distante eu grito em vão outro nome
Pra calar no meu peito o teu.
E esqueço que aqui dentro
Teu nome tem voz própria,
Que lateja e teima em ficar.
Mais forte que eu, assumo.
Até que eu canso de procurar, sem sucesso
Outra coisa pra colocar no teu lugar.
Contra a minha vontade, você surge.
Inunda os lugares em que estou.
Largo é o peito que dói em silêncio.
Largo é o teu sorriso.
Meu controle esquece de aparecer.
Ainda assim procuro em outra boca teu nome.
Não acho. Recuo. Não me sinto segura sem ele.
Paro e me encaro diante de tudo. Diante de nada.
E está bem ali escrito.
É na minha boca que ele mora.
(E sigo.)"
Ana Carolina Biavati
[Nasceu esta semana este poema...]
"Eu não vou gostar de você porque sua cara é bonita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma música que eu gostei e botei numa fita
Eu não vou gostar de você porque você acredita
O amor é mais que isso
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita
Deixa de tolice, veja que eu estou aqui agora
Inteiro, intenso, eterno, pronto pro momento e você cobra
Deixa de bobagem, é claro, certo e belo como eu quero
O corpo, a alma, a calma, o sonho, o gozo, a dor e agora pára.
Será que é tão difícil aceitar o amor como é
E deixar que ele vá e nos leve pra todo lugar
Como aqui
Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui..."
Mais Que Isso - Ana Carolina
Até, amigo leitor. Guarde contigo essas palavras. "And when you go, go, go, go, I know it never ends, never ends." =)

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Claro mistério do ser todos os dias a renascer, eternamente a se renovar.

Ultimamente eu ando tão inconstante [ou será cansada?] diante das coisas que já enjoei até do último post. Feito ontem. Talvez porque aquilo tudo já está tão distante, tão escasso que me coça a mão vir aqui e fazer algo novo. Então, eu vim. =)
Nem sei mesmo sobre o que escrever. Sei apenas da necessidade. Estou cansada do velho. Do que está parado. Eu quero mesmo é movimento. Quero sair andando, conhecendo. Encontrando. Chega de esperar!
Preciso começar a fazer o que me agrada. Seguir o que se apresenta à minha frente. Deixar pra trás todo esse cansaço causado por medo, orgulho e egoísmo. Não meus. [suspiro]. Não meus. Creio que as coisas estão sempre nas nossas mãos. Sempre ao nosso alcance. Tudo bem, talvez nem tudo, mas a grande maioria. E quanto a isso, eu posso. Eu vou. "Partir, andar, eis que chega. É essa velha hora tão sonhada. Das noites de velas acessas, do clarear da madrugada."
Eu quero tudo novo. Ou melhor, eu quero O novo. E dessa vez, eu não preciso buscá-lo. Por que ele chegou sozinho! E está apenas esperando a minha resposta. A minha opinião. E diante disso, talvez antes muito temido, diante disso, eu preciso ir. Eu, dessa vez, não posso ficar parada. Não posso mais pensar e pensar e pensar. E dar chance. E ter paciência. Eu preciso pensar um pouco em mim. Eu preciso querer aquilo que me agrada. Que zela por mim. Toma conta de mim. E assim será.
"Aponta pra fé e rema." Até os mais lindos [pra quem ainda não sabe: Los Hermanos. Ah! Eu vou ao show. EU VOU AO SHOW!!!!] dizem isso aos 4 ventos! "É, pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais e se já não sinto os teus sinais, pode ser da vida acostumar... " Sim, dessa vez a vida acostuma. Dessa vez a vida prefere seguir em frente.
"Livre serás se não te prendem, constelações. Então verás que não se vendem, ilusões."
"Vem que eu estou tão só, vamos fazer amor, vem me trazer o sol... Vem me livrar do abandono, meu coração não tem dono, vem me aquecer nesse outono, deixa entrar o sol." E pra finalizar, um trechinho de uma música que está presente nos dias... Noites com Sol, do sensacional Flávio Venturini. Ela fala por si só, fato típico das grandes canções. E nesse momento, ela traduz a minha grande vontade de dar lugar ao novo. De ir embora. De ancorar em outro cais.
"No mais, estou indo embora."
Até, amável leitor. Namastê. Dias melhores pra sempre. =)