quinta-feira, 21 de julho de 2005

Depois de Amanhã é 23

"Há vinte anos você nasceu, ainda guardo um retrato antigo, mas agora que você cresceu, não se parece nada comigo. Esse seu ar de tristeza, alimenta a minha dor, tua pose de princesa de onde você tirou?"Amanhã é 23 - Kid Abelha


É isso aí, pessoal... sou a mais nova velha do pedaço. E entro agora na casa dos 20. Não sei se isso é bom ou ruim. Esperemos os próximos 10 anos... para a próxima casa. O horóscopo diz que coisas boas estão por vir... e o que seriam coisas boas? O que seria bom para uma leonina faminta e sedenta? O que seria bom pra mim? Na verdade, venho me perguntando isso há 20 anos... E concluí que as respostas vêm conforme o caminho. É aquilo: "O caminho não existe. Ele é feito ao andar." De fato. Faço idéia do que vem pela frente, mas ultimamente ando numa fase de tentar prever apenas os próximos 6 meses [mesmo isso sendo impossível] e não mais os próximos 10, 15 anos, como tinha mania de fazer. E acho até que não prever as coisas é melhor ainda. Falo do que [acho que] sei. Da faculdade... Dos novos amigos. Dos velhos. Da minha casa. Das minhas poesias. Do Neruda, mestre e amor da minha vida. Do meu novo celular. Do meu 1º All Star. Do livro de anatomia que terei que deglutir e transformar em ATP. Das músicas sagradas de todos os dias. Das fotos que estão na porta do meu armário. Dos meus 2 relógios de estimação. Da Rute, minha solitária querida. Dos meus medos. E das minhas doenças-do-inferno-astral. Dos homens lindos que continuam lindos. Das minhas interpretações. Do quanto eu quero esquecer e se volto a ver, sinto tudo de novo. Da minha agenda, meu exercício diário de raciocínio. E do quanto eu quero saber de tudo. Estudar tudo, chegar o mais longe possível. Como dizia meu amado Sinatra, Fly Me To The Moon. E é isso mesmo!! Ai, 20 anos e todas as coisas velhas são renovadas a cada momento. 20 anos e tudo é sempre familiar... apesar de tantas coisas familiares eu já ter perdido [sendo essa uma das piores sensações, na minha opinião: a ausência de coisas familiares] mas que me fizeram crescer tanto. Não na minha altura, que infelizmente não vai passar do que já é, mas da minha alma, que cresce toda vez que os ponteiros dos segundos dos meus relógios [um marrom e outro rosa] andam. Já dizia Walt Whitman: "A minha alma crescerá sempre, mas mesmo assim, n unca chegará até um lugar onde não poderi seguí-la. Quando acordo de noite e caminho pela praia, quando olho para cima e contemplo a infinidade de estrelas, pergunto à minha alma: 'Quando eu morrer e você estiver lá em cima, e puder estar presente em todo esse universo, estará satisfeita?' E minha alma responde: 'Quando eu chegar lá, saberei que posso crescer ainda mais.' Então, sempre ao meu crescimento... sempre ao teu crescimento, pequenino leitor, tã pequenino quanto eu [apesar do leonino pensar que é muito], que anseio sempre por algo que ainda não sei o que é... aos meus 20, aos seus 20, 40, 60 anos... Pra sempre.


Depois de amanhã é 23, faltam 8 dias pro final do mês, faz tanto tempo que não te vejo. Mas sem beijos dessa vez. [Eu e Kid Abelha]

terça-feira, 5 de julho de 2005

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Antes de tudo, só pra Ju ficar feliz, pois ela me passou esse jogo e aqui estou eu passando-o à frente. Não esquecendo que o blog dela é o http://osimorais.zip.net/ Lá vai.

Quantos gigabytes usados com música?
Putz. Muitos. Mesmo. Talvez seja por isso que meu PC anda tão lerdo...

Último CD que comprei?
"O Grande Encontro" - Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo e um da Danni Carlos pra dar de presente.

Música tocando no momento:
"Give It Away" - Red Hot Chilli Peppers

5 músicas que tenho escutado bastante:
- Chão de Giz - Elba e Zé Ramalho
- More Than This - Brian Ferry
- Contra O Tempo - Vander Lee
- Confidências - Falamansa
- Borbulhas de Amor - Fagner

5 pessoas para passar:
Noelle - http://www.mileumanoitesdeinverno.weblogger.com.br
Kelly - http://www.kellyanythingbutordinary.blogger.com.br/
Rafita - http://rafadeoliveira.zip.net/
Marcia - http://www.diamondprincess.blogger.com.br
Gis - http://gislaine.weblogger.terra.com.br/


Pronto. Agora às vias de fato.

Eu estava ontem no ônibus com a minha mãe quando me lembrei do momento em que eu olhava pra minha mão e contava apenas 4 dedos completos por aniversários. [sim, minha memória é de elefante] E agora, não vai me restar mais nenhum dedo! Estão todos completos! Tanto os da mão quanto os do pé! Ai, caramba. Daqui a alguns dias, estarei eu entrando na casa dos 20. Isso me assusta e não me assusta ao mesmo tempo. A primeira, porque a tendência é só piorar [!] e aumentarem as responsabilidades, e nunca mais 8 meses de férias [!!], e muito estudo na faculdade nos próximos anos, e mais um milhão de coisas. Mas eu me sinto bem por isso também, pois mesmo sabendo que o tempo passa e passa muito rápido, mesmo sabendo que as coisas não voltarão mais, que elas se tornarão memórias, mesmo assim, eu gosto disso, eu gosto da efemeridade do tempo. Pois é muito bom saber que o tempo passa. E que possuimos lembranças!!! Pelo menos, eu me sinto confortável quanto a isso. No percurso do ônibus, passamos por um lugar que eu já tinha ido uma vez. Mas essa lembrança estava bem vaga. E foi aí que tive a idéia para esse texto e que percebi que as memórias devem ser relembradas. E aqui vou eu, e espero que você vá comigo também, leitor, para o fundo das lembranças. [Nesse momento, coloque uma música que te faça lembrar de momentos que precisam ser revividos] [Eu optei por "Carolina In My Mind" do James Taylor, pois ela me faz voar bastante, apesar de ser uma memória recente] Lembro do meu avô. Ele era bem alto. E eu adorava seus olhos verdes. Nossa, como ele iria gostar de saber que estou achando a família toda. Sei que ele ficaria feliz. E por ele, se explica o fato de eu adorar o italiano, a familia, as tradições e buscar tudo isso e ter miopia em apenas 1 olho. Depois, dos meus cachorros. Que se foram por 2 motivos: 2 morreram e 1 tivemos que dar. Mas quanto eu adorava vê-los correndo. Como eu adorava saber que eles adoravam estar comigo. Nossa, que saudade. Lembro do Sa também, meu amigão. Não nos vemos há 1 ano, mas a amizade só cresce, mesmo que por via Embratel. Não importa. Como eu já disse, as coisas muito grandes só podem ser vistas à distância. E isso me remete à época do Rafa. Intermináveis cartas cheias de bons sentimentos... Pra sempre, algumas músicas ficarão nas lembranças... Lembro das viagens, dos tempos em que eu não sabia sorrir em fotos [por isso, agora eu só tenho foto sorrindo], da escola, de quando eu não sabia ler, e da minha primeira camisa do Vasco. Enquanto eu escrevia esse texto, os segundos iam passando. No mesmo compasso de sempre. Mas cabe a nós ocupá-los com aquilo que possamos aproveitar... mesmo que seja uma volta ao passado. É lá que tiramos a base para o que somos agora... E por mais romântica que seja essa volta [digo romântico no sentido de gênero literário], é sempre bom relembrar do lugar exato onde deixamos nossos dias...

"Todo amor dorme numa caixa, numa gaveta, numa sala escura que às vezes visito como hoje num sonho. [...] Ficamos nós dois entre os sonhos de amores novos e antigos. Te beijo no escuro silêncio da sala que às vezes visito."
O Amor Dorme - Paralamas