terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Seja eu.



Preciso esquecer um pouco o que faço,
Onde existo e por que sou.
Quero apenas lembrar de ti.
Quero apenas pensar em ti.
Estudar só sua anatomia, onde encaixam-se suas voltas,
Entender suas conspirações e respirações.
Quero enxergar só aquilo que é azul.
Como o céu.
Deixar pra lá todo o cansaço que trago comigo.
Trazer só as responsabilidades que temos quando se ama.
Só os livros que me recomenda quero ler.
Só as músicas que ouve quero cantar.
Só não me peça pra sambar, porque quanto a isso, sou imutável.
É teu vinho que quero beber.
É em teu corpo que quero morar.
E visto que depois de todo esse tempo,
As pessoas costumam enjoar,
Aqui permaneço, mais amante e feliz que em todas as outras horas pregressas,
Pedindo, encarecidamente, que só você seja o porto seguro desse mar escasso,
Que só você seja a poesia completa do Neruda,
Que só você seja a salvação nos tempos de cólera,
Que só você, amor meu, me-seja em tempo, espaço e conteúdo.
BIAVATI, A.C.

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